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segunda-feira, 18 de abril de 2011

De Homem da Lei a Cangaceiro

Por: Rostand Medeiros
Manoel Severo e Rostand Medeiros

Um pouco de Clementino Quelé, a partir de uma entrevista do sertanejo Antônio Ramos a Rostand Medeiros, que ainda faz citações a partir da obra de Frederico Pernambucano de Mello...
 
Frederico Pernambucano de Melo
 
            O bravo Quelé alcançou o posto de subdelegado do seu lugar e impunha a ordem, mas igualmente angariava inimigos. O autor informa que em uma diligência Quelé matou dois ladrões de cavalo, respondeu processo e foi destituído do cargo. Em seu lugar assumiu seu irmão Pedro José Furtado, ou Pedro Quelé.
 
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Clementino Furtado - Quelé

            Em 1922, para livrar o valente chefe da família Furtado do processo, o líder político Aprígio Higino D’Assunção solicita deste e de seus irmãos votos na próxima campanha eleitoral em Triunfo. Diante da recusa de Quelé em apoiá-lo, Aprígio ordena que uma força policial com um oficial e quatorze praças saíssem à caça do valente.
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             Na tranquilidade do alpendre de sua casa, o sertanejo Antônio Ramos contou que um dia, certo morador do lugar chamado Tomé Guerra, antigo amigo de Quelé, arranjou uma encrenca com o mesmo e entendeu de matá-lo. Tomé chamou outro morador do lugar, também “chegado na espingarda”, de nome Cícero Fonseca. Estes, juntos com um grupo de policiais, colocaram uma tocaia contra Clementino ás cinco da manhã, “-Para pegá-lo com as mãos”.
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             Quelé ao perceber o ardil, pulou desviando dos tiros e respondeu ao fogo, atingindo certeiramente a cabeça de Cícero Fonseca, tendo o mesmo caído mortalmente ferido em um barreiro. Os outros membros da emboscada “botaram” em Quelé, que conseguiu fugir para sua casa.   
           
            Clementino teria escapado através de um local onde havia um curral que pertencia a um cidadão conhecido como Sebastião Pedreiro e por uma área onde existia certa quantidade de cactos do tipo palma, utilizados como comida para o gado. 

Major Aprígio Higino

             Mello (op. cit.) aponta que um “certo Tomé de Souza Guerra”, do sítio Santana e outros homens engrossaram a força policial que perseguia Quelé. Mas Cícero Fonseca era um companheiro de Quelé, onde os dois bebiam na bodega de Sebastião Pedreiro, quando a polícia cercou o lugar e deu voz de prisão. Na versão do respeitado pesquisador, que conseguiu suas informações através do relato de Miguel Feitosa, o antigo cangaceiro Medalha, o pobre Cícero ao colocar o pé para fora da bodega foi crivado de balas. Vendo que a força policial e os paisanos não vinham para prendê-lo, mas para exterminá-lo, Quelé solicita aos gritos o apoio de amigos das proximidades, estes atenderam ao chamado e a balaceira foi grande. Diante da resistência inesperada a força policial e os paisanos batem em retirada.
 
O velho guerreiro - Lampião
         
              Independente de qual a versão correta, todos são unânimes em afirmar que a partir deste confronto os perseguidores passam a “apertar” Quelé, sendo esta a verdadeira razão para ele e seus irmãos entrarem no cangaço junto a Lampião.
 
 
continua...
Rostand Medeiros
FONTE: http://santacruzbaixaverde.blogspot.com/
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