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domingo, 3 de abril de 2016

O JORNAL “O ESTADO DE S. PAULO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O jornal “O ESTADO DE S. PAULO”, na página 13 da edição de 13 de abril de 1994, em matéria assinada pela jornalista Verônica Dantas, e que trago aqui, para apreciação e considerações dos amigos, apresentou ao Brasil o senhor JOÃO FERREIRA DA SILVA, à época, com 56 anos de idade e residente em São Paulo, que afirma ser filho de Lampião e Maria Bonita, apresentando como prova, resultado positivo de teste de DNA; e que concedeu entrevista.

O que dizem, a respeito, os pesquisadores?
E os amigos, o que acham?

Imagem, segundo o Jornal, de João Ferreira da Silva.

EXAMES REVELAM FILHO DESCONHECIDO DE LAMPIÃO

TESTES GENÉTICOS FEITOS NOS ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL MOSTRAM QUE JOÃO FERREIRA DA SILVA É FILHO DO CANGACEIRO COM MARIA BONITA; ATÉ AGORA, PENSAVA-SE QUE EXPEDITA FERREIRA NUNES ERA A ÚNICA FILHA.

O filho caçula do cangaceiro Lampião e de Maria Bonita mora em São Paulo e é funcionário de uma emissora de rádio nordestina na Zona Norte. João Ferreira da Silva, de 56 anos, recebeu na semana passada a confirmação do laboratório norte-americano Lifecoades Corporation, de Stanford, Massachusetts, do exame de DNA para provar que é filho legítimo de Virgulino Ferreira da Silva e Maria Déa. Antes dos exames, que também foram realizados pelo Banco de Sangue de São Paulo e pelo Laboratório Especializado em imunologia (LEI), Silva era considerado um farsante pela irmã Expedita Ferreira Nunes, até agora reconhecida como a única filha do casal. A conclusão do exame é que foram encontrados elementos genéticos comuns entre João e Expedita.

Silva conta que foi abandonado pelos pais quando tinha apenas 42 dias de vida, em 1938. Ele lamenta não ter conhecido Lampião e Maria Bonita: “Seria o maior prazer da minha vida; só que Deus não quis.” O cangaceiro e sua mulher foram mortos por policiais no mesmo ano em que Silva nasceu.

O exame foi feito pelo perito policial João Lélio P. de Matos Filho e as despesas patrocinadas pelo dono da Rádio Atual, José de Abreu, e pelo Centro de Tradições Nordestinas. Antes de vir para São Paulo, há um ano, Silva trabalhou, em Juazeiro do Norte (CE), na prefeitura e como engraxate, lavador de carro, lutador de boxe e motorista de praça. Hoje, trabalha como coordenador de serviços gerais na Rádio Atual.

TIVE ORELHAS FURADAS PARA SER RECONHECIDO, DIZ SILVA

Em entrevista exclusiva a Verônica Dantas, do “Estado”, o filho do rei do cangaço mostrou exames e documentos e contou um pouco de sua vida.

“Estado” – Por que o exame de DNA não foi feito antes?

João Ferreira da Silva – Eu nunca tive interesse porque quando minha mãe era viva (a que me criou) ela dizia: “Meu filho, nunca queira entrar em questão senão alguém ainda pode querer te matar.”

“Estado” – O que muda na sua vida a partir de agora?

Silva – Não muda nada, eu vivo do meu trabalho e não quero dinheiro de ninguém. Aquela minha irmã, a Expedita, pode ficar com tudo. Meu negócio é amar a Deus e o povo nordestino.

“Estado” – Quando você soube que era filho de Lampião e Maria Bonita?

Silva – Quando tinha 17 para 18 anos. Minha mãe sofreu um acidente, achou que ia morrer e não quis mais guardar o segredo.

“Estado” – Qual foi sua reação quando conheceu a verdadeira história?

Silva – Fiquei revoltado e arrumava briga com os ‘macacos’ (policiais), porque achava que Lampião e Maria Bonita não mereciam morrer como morreram.

“Estado” – Foi aí que você ganhou o apelido de João Peitudo?

Silva – Foi. Até hoje sou conhecido por esse apelido em Juazeiro e em outros lugares do Brasil.

“Estado” – Na sua opinião, seu pai foi um herói ou um bandido?

Silva – Para mim foi mais que um herói. Covardes eram os ‘macacos’ que viviam atrás deles.

“Estado” – É verdade que sua mãe adotiva foi criada pelo Padre Cícero (religioso adorado no Nordeste)?

Silva – É, e essa minha mãe várias vezes me escondeu com medo que os ‘macacos’ me pegassem.

“Estado” – Você foi procurado pela polícia só por ser filho dele?

Silva – Quando eu tinha 7 anos, o capitão José Lucena soube da minha existência e queria me matar.

“Estado” – Nessa época você ainda morava em Exu?

Silva – Não, morava em Juazeiro do Norte, no Ceará.

“Estado” – E vocês continuaram morando em Juazeiro mesmo com a perseguição?

Silva – Não. Fomos morar em Arapiraca, depois Jaboatão e Serra Talhada. Só voltei para Juazeiro quando tinha 9 anos.

“Estado” – Com tanta mudança você nunca desconfiou de nada?

Silva – Eu perguntava à minha mãe e ela dizia que tinha muitas coisas para me contar, mas nunca falava nada.

“Estado” – É verdade que seu pai marcou o seu corpo para te reconhecer depois?

Silva – É verdade. Tenho as duas orelhas furadas por um punhal.

“Estado” – Quando você se olhava no espelho não via nada diferente?

Silva – Eu dizia: “Minha mãe, se não sou mulher porque é que tenho as orelhas furadas?” Cada vez que eu tocava no assunto ela chorava.

“Estado” – Qual é o seu objetivo aqui em São Paulo?

Silva – É ajudar os nordestinos, eu sempre digo que, se for preciso, derramo meu sangue por essa gente.

“Estado” – Você pretende voltar para Juazeiro?

Silva – Posso voltar porque meu filho mora lá, mas gostei muito de São Paulo. Aqui só encontro gente boa. Além disso devo muito favor a José de Abreu (dono da Rádio Atual). Se não fosse esse cidadão ninguém ia saber a verdade.

“Estado” – O que você diria para sua irmã se ela te pedisse desculpas?

Silva – Eu só diria uma coisa: não quero nada de vocês, pode ficar com o dinheiro dos filmes, livros, tudo, que eu não quero nem saber.

Fim.
Fonte: facebook
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