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sexta-feira, 11 de maio de 2018

APENAS UM VELHO? - Crônica



Apenas um olhar num velho. Será? Apenas um velho sentado à sombra do seu entardecer. Será? Apenas um velho marcado de tempo e levando à mão uma bengala como o próprio passo. Será? Apenas um velho retirado numa casa do outro lado do centro da cidade e convivendo com seu mundo de poucas vozes e muita solidão. Será? Ou apenas um velho já esquecido por tantos e só encontrado aí nesse seu mundo-vida? Não. Não e não. Não é um velho, e sim um livro. Não é um velho, e sim uma estrada tão longa que olhos outros já não conseguem avistar. Não é um velho, e sim um homem e sua história. Não é um velho, e sim um senhor e o que o mundo possa lhe reconhecer e respeitar. Não, jamais apenas um velho. E sim o Senhor João Saturnino dos Santos, o João Capoeira, em seu retrato vivo e já secular na idade. 


Quantos terão sua glória, quantos viverão sua história, quantos viverão tanto tempo para contar as proezas, as alegrias e as dores de um mundo distante? Mas Seu João ainda conta. 

Enedina ex-esposa do cangaceiro Zé de Julião

Vaqueiro na Fazenda Capoeiras, convivendo ladeado por cangaceiros e volantes, irmão de Enedina de Zé de Julião, um viajante do mundo, um passo espinhento e florido na terra sertão, um pássaro-vida em plena liberdade de ser o que sempre desejou ser: apenas sertanejo. 

O cangaceiro Zé de Julião ex-esposo de Enedina

Digo-te, Seu João, honrada é a terra que ainda tem sobre o seu chão um tronco ainda tão opulento e uma raiz tão belamente florida. Honrada é a terra cujo filho não se esquece de lhe pedir a benção. Benção, Seu João!

Rangel Alves da Costa

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