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sexta-feira, 11 de maio de 2018

LENDO E REVIVENDO O SERTÃO FOLCLÓRICO

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de mais de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.899

       Estamos vivendo o momento em que anualmente as escolas sertanejas se preparam para o lazer regional de Santo Antônio, São João e São Pedro. Quase todo esse trabalho é em cima dos grupos folclóricos que ainda continuam furando o tempo: a dança de quadrilha e o coco de roda. As perseguições policiais, o descaso dos governantes, a chegada da televisão e outros lazeres modernos extinguiram inúmeras modalidades folclóricas como as “negras da costa”, o “quilombo”, “reisado”, “guerreiro”, “tapagem de casa” e bem muitas outras manifestações populares. Brava gente do Sertão que mesmo tendo passado tanto vexame, não abre mão do que lhe resta. Veja abaixo o que diz Tadeu Rocha, no seuModernismo & Regionalismo”, em 1966:

GUERREIRO. FOTO: (AGÊNCIA ALAGOAS).
“Nos municípios do interior, as próprias autoridades se encarregavam de proibir certas manifestações folclóricas, como as “sentinelas” aos defuntos nas pontas de ruas, os “reisados” e os “quilombos”. Lá em Santana do Ipanema, um delegado de polícia, bacharel pela Faculdade de Direito do Recife, perseguiu duramente os reisados e mandou espancar os “Mateus”, “Doutores”, “Jaraguás” e outras personagens. E um delegado regional, também formado em Ciências Jurídicas e Sociais, acabou com as “sentinelas” da cidade, com os seus “benditos” e as suas “excelências” porque perturbavam o sono dos homens de bem”.
Depois da célebre escola folclórica nascida em Viçosa e em seguida levada a Maceió, não foram muitos os seguidores de Théo Brandão – tão admirado pela minha mãe, professora Helena Braga. Mas foi construída uma literatura alagoana em cima do folclore da província. No Sertão ninguém se dedicou a essa vertente literária. Mas podemos ver nos cinco romances de Clerisvaldo B. (Braga) Chagas, do ciclo do cangaço, o folclore diluído em suas páginas. De qualquer maneira, o que pode ser feito no Sertão de Alagoas, será realizado geralmente pelas escolas públicas e particulares no período junino.
E se hoje as nossas tradições estão encolhidas, vamos relembrar o ditado sertanejo: “Do saco perdido, a embira”.
                                  

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