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domingo, 18 de novembro de 2018

FOI TRISTE A MORTE DO EX-CANGACEIRO MARIANO LAURINDO GRANJA O INSEPARÁVEL AMIGO DA VELHA GUARDA DO REI LAMPIÃO!

Por José Mendes Pereira
Cangaceiros Mariano (Mariano Laurindo Granja) e Mourão. -http://cangacologia.blogspot.com/…/cabras-de-lampiao-marian…

O famoso e ex-cangaceiro Sebastião Pereira da Silva o Sinhô Pereira, primeiro e único patrão no mundo fora-da-lei de Virgolino Ferreira da Silva o Lampião, disse ao seu parente Luiz Conrado de Lorena e Sá em uma entrevista no ano de 1971, que quando estava no meio de tiroteio com as volantes, naquelas circunstâncias matar ou morrer para ele, seria a mesma coisa. Isso faz a gente entender que cangaceiro além da perversidade contra os homens de bem, se morresse, estava ali para isso mesmo. Quer dizer: o risco que corria o pau corria o machado.

Diz o escritor, pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves da Silveira que o cangaceiro Mariano Laurindo Granja nasceu em 1898 em Afogados da Ingazeira (terra também do ex-cangaceiro Antonio Silvino), no Estado de Pernambuco. Entrou para a “Empresa de Cangaceiros lampiônica & Cia" no ano de 1924. Foi um dos poucos que em Agosto de 1928 cruzou o Rio São Francisco em companhia do capitão Lampião em direção à Bahia. Esta fera faleceu no dia 10 de outubro de 1936, entre os municípios de Porto da Folha e Garuru, sendo esta região conhecida como Cangaleixo.


O cangaceiro Mariano no cangaço era genro do afamado vaqueiro Lé Soares, sendo ele companheiro da cangaceira Rosinha, irmã da cangaceira Adelaide que vivia com o cangaceiro Criança. E segundo a pesquisadora do cangaço Juliana Pereira afirma que a companheira de Mariano a Rosinha foi morta a mando do capitão Lampião, só porque ela não obedeceu uma das suas ordens após a morte do Mariano, seu companheiro.

Ela queria visitar os seus familiares e solicitou a autorização ao chefe capitão. Ele permitiu, mas na seguinte condição: que não se demorasse. Mas a Rosinha não obedeceu o que lhe dissera o chefe, ficou em companhia dos familiares, assim, quase despreocupada. Vendo a desobediência e o perigo que ela oferecia se caso às volantes a encontrassem em sua casa, Lampião deu ordem para que alguns cangaceiros fossem atrás da Rosinha e a matasse. E assim foi feito. A cangaceira foi cruelmente assassinada pelos seus próprios companheiros.

http://rdopombal.blogspot.com/20…/…/6-visita-de-lampiao.html.

Mariano era um facínora que não gostava de praticar morte quando não achava necessária. Tinha um respeito enorme pelo o seu chefe Lampião, também pudera! Eram amidos deste 1924, e passou 12 anos naquela vida, tempo da velha guarda quando ele entrou para o cangaço. Tinha grande habilidade para tocar gaita e dono de uma simpatia. Estava sempre com gestos risonhos.

Diz ainda o escritor Ivanildo Alves da Silveira que Mariano teve um fim doloroso, onde foi baleado e apunhalado várias vezes pelo soldado Severiano vulgo, Bem-Te-Vi, que era comandado pelo tenente Zé Rufino. Segundo o Bem Te-Vi estava vingando a morte do seu pai feita por Mariano.

O volante Bem-Te-Vi à esquerda e o tenente Zé Rufino. -http://blogdomendesemendes.blogspot.com/…/filho-de-cangacei…

Assim que o capturou apoderou-se do punhal e a mão subia e descia furando as carnes do assecla. Apunhalava-o com tanta ira, que quem assistiu a crueldade, ouviu o ranger da ponta do punhal atravessando as carnes e os nervos da vítima, saindo do outro lado do corpo, fincando-se na terra seca.

Jamais um homem matou com tanta ira um bandido. Os dedos do assecla tentavam afastar dos olhos a pasta de sangue que cobria a sua visão. A cabeleira derramava um líquido formado de suor e sangue. O seu corpo todo era um vermelhão só. O corpo estava totalmente aberto, pelos profundos golpes aplicados pelo o policial. Era a vingança do Bem-Te-Vi.

O tenente Zé Rufino apenas assistia a violência de seu comandado, sem dizer uma única palavra. Passado alguns minutos, o tenente Zé Rufino disse-lhe: “- Tenha cuidado com a cabeça que eu preciso dela”.

Os dois tinham certeza de que o assecla já havia morrido. Enganaram-se totalmente! Mariano continuava vivo. E num momento, o facínora tentou se levantar do chão, todo coberto por um enorme lençol de sangue vivo e escarlate. Quem assistiu disse aos que lhe perguntavam que era horroroso de se ver o seu estado.

O vingador quando viu o cangaceiro tentando apoiar-se para se levantar, mesmo com o corpo todo aberto pelas punhaladas aplicadas por ele, engatilhou a arma e encostando-a no peito do assassino do seu pai, preparou-se para dar o último tiro de misericórdia.Foram dados tiros à queima-roupa, perfurando o corpo do bandoleiro, que já era uma verdadeira peneira de britador. Agora sim, o bandido, finalmente chegou o fim. Sem mais tentativa, findou a vida do chefe de subgrupo de Lampião.

Mariano fez muita falta ao bando, pois todos os companheiros gostavam bastante dele. Em fim, foi-se a vida de um querido aliado dos justiceiros injustos.

Até mesmo alguns que não eram cangaceiros falavam bem do Mariano. Os remanescentes de Lampião disseram que Mariano era um dos que tinha mais humanidade. Afirmaram até que ele era incapaz de uma crueldade desnecessária contra seres humanos. Mas fazia, caso fosse necessária.

No meu entender, com tanta humanidade assim, Mariano estava no cangaço por um respeito a Lampião, já que eram bastantes amigos. Teria sido ele mesmo o autor da morte do pai de do volante Bem-Te-Vi?
Segundo disseram os companheiros aos repórteres: “- Mariano Laurindo Granja foi injustiçado”.

Fonte de Pesquisa:
A terrível morte do cangaceiro Mariano - Ivanildo Alves da Silveira.
Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angicos - Alcindo Alves da Costa.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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