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terça-feira, 17 de setembro de 2019

POESIA


Por Guilherme Machado

Cada dia creio mais na verdade dita pelo saudoso Mestre Pinto do Monteiro: "Poeta é bicho doido tira de onde não tem, para botar onde não cabe!". Assim, neste dia 08 de outubro de 2017, em que o escravo Lucas Evangelista ( o Lucas da Feira) completa 210 anos de história, esta é a minha homenagem:

Se Lucas foi o Primeiro Cangaceiro,
Nossa Feira é o berço do cangaço
Mote – Zé Francisco e Jânio Rego
Glosa – Nivaldo CruzCredo

Lucas o escravo nascido na Feira,
Como cangaceiro é reconhecido,
Por quem estuda o acontecido,
O tal cangaço, de forma certeira,
Eles garantem dessa maneira,
Que dentro mesmo deste embaraço
Sim foi o Lucas quem tirou o cabaço,
Desse banditismo que é brasileiro,
Se Lucas foi o Primeiro Cangaceiro,
Nossa Feira é o berço do cangaço.

Existem muitos dos pesquisadores
Nessa tese mesmo acreditando,
Eu também estou sim aceitando,
Pois tais senhores não são amadores,
Muitos deles são até bons doutores
Bom de letra, de pesquisa e de traço
E afirmam sem nenhum embaraço
De modo bem direto e certeiro,
Se Lucas foi o Primeiro Cangaceiro,
Nossa Feira é o berço do cangaço.

Nenhum cangaceiro tinha patrão,
O chefe era integrante do bando
Matava, roubava e ia atacando,
Pelas cidades de todo o sertão
Muitos até se dizia ser cristão
Mesmo com crimes na arma e no braço
Bem desposto sem nenhum cansaço
Este é o conceito do tal bandoleiro
Se Lucas foi o Primeiro Cangaceiro,
Nossa Feira é o berço do cangaço.

Este viés dessa nossa história,
Merece ser bem mais discutido,
Pesquisado e mesmo sugerido,
Se puxando pela boa memória,
Para que a verdade tenha vitória,
O cangaço dito sem embaraço,
Criando desconforto e até mormaço,
Para chegar ao início verdadeiro,
Se Lucas foi o Primeiro Cangaceiro,
Nossa Feira é o berço do cangaço.

Lucas da Feira foi bandido de 1828 a 1848. Vinte anos de banditismo. Tempo maior que o de Lampião. Mas existem registros de atividades bandoleiras nos Sertões do século XVIIl. O Cabeleira mesmo, foi enforcado no Forte das Cinco Pontas no Recife, no ano de 1776.

Ilustração - Do Livro de Marcos Franco e ilustrações de Hélcio Rogério. Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira.


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