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domingo, 12 de fevereiro de 2023

EVARISTO... O LÁTEGO DO SOBREVIVER.

 Por Rubens Antonio


Evaristo Carlos Costa seguiu uma vida cabisbaixa e penumbrosa, entre Queimadas e Santa Luzia, onde se fixou mais, após a tragédia.

Em agosto de 1939, foi promovido a 1° sargento, posto no qual veio a encerrar sua trajetória na polícia, pouco depois.

Viu Santa Luzia tornar-se Santaluz, em 1943, com o olhar obscurecido e a marcha taciturna dos que sofreram o drama, o trauma, o assombro e a tragédia de sobreviver. Mais arrastava-se que vivia.

Na década de 1960, em Santaluz, numa manhã, foi encontrado empalidecido, apavorado, trêmulo, na vendinha que, ali, abrira. A todos contou que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampeão, acabara de pedir e beber uma dose de pinga, olhá-lo nos olhos com o seu olho cego... e sair.

Correu à rua. Rodou a cidade. Procurou o quanto pôde. Foi muito difícil acalmá-lo.

Faleceu aos 86 anos de idade, sem jamais se livrar dos seus incontáveis e indesvanescíveis fantasmas. Está sepultado no cemitério de Santaluz.

Recorte do livro "SILVA FILHO, Rubens Antonio. "Cangaço na Bahia.", volume 1, no prelo.

Extraído do blog Cangaço na Bahia do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

http://cangaconabahia.blogspot.com.br/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

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