Por José Mendes Pereira - (Crônica 77)
Espero que o amigo leitor, se caso decidir ler este meu simples trabalho (fictício) não use de forma alguma na literatura lampiônica, porque, é apenas uma brincadeirinha com o compadre Lampião. Se os poetas fazem seus trabalhos com ele e as pessoas sabem que não é verdade, não há problema eu expor o meu. Tem gente que gosta de ler até rótulo de caixa de fósforos...
Então, vamos brincar com o capitão Lampião sem nenhum tipo de humilhação.
Certo dia, Lampião e seu bando se encontravam arranchados bem próximos a um rio no Estado de Sergipe. E por ironia do destino, um senhor chamado Lauriano que andava procurando caças para alimentar os seus filhos, saiu no local onde se encontrava a perigosa malta. Logo os cangaceiros o rodearam e começaram as suas humilhações contra ele. Cuspiram e surraram o infeliz.
Lampião que descansava encostado ao um tronco de uma frondosa árvore, apenas observava as maldades dos cangaceiros contra o pobre infeliz caçador. E em seguida, levantou-se dizendo-lhes:
- Gente, é melhor executá-lo do que ficarem maltratando o homem que ainda nada fez contra nós.
E apoderando-se do seu maldito rifle que estava ao seu lado, ordenou-lhes que colocassem o marcado para morrer em posição de execução.
O homem ajoelhou-se ao pés do poderoso carrasco capitão Lampião, rogando-lhe que não o matasse:
- Senhor, pelo amor de Deus, não me mate! Eu deixei em casa três filhinhos pequenos para criar, e minha esposa é paralítica dentro de uma rede, sem condições de ralar para terminar de criá-los. Sem eu, cuidando deles, eles e a sua mãe vão morrer de fome, senhor!
Apesar de sanguinário, o capitão Lampião condoeu-se com aquele pedido do homem para não morrer. E olhando bem no fundo dos seus olhos, disse-lhe:
- Eu lhe faço um desafio, cabra! Se você tiver sorte na vida, não irá morrer, pelo menos, hoje...
E olhando em direção a um baixio bem próximo ao coito, onde lá repousa um rio milenar, perguntou-lhe com ignorância:
- Você está vendo aquela catingueira ali, seu peste?
- Estou, sim senhor! Estou! - Respondeu o pobre homem tremendo de medo.
- Você vai andando até a catingueira. Quando você se emparelhar com ela, corra. Corra que é a partir daí, é que eu começo a atirar. Não corra antes, porque eu atiro e você morre logo.
Pela proposta feita ao pobre infeliz, Lampião não tinha intenção de matá-lo, já que não havia motivo nenhum para executá-lo. O seu desejo era que ele escapasse das balas e fosse cuidar da esposa e criar os seus filhinhos.
O homem conhecia bem a região. Da catingueira até ao rio tinha uma ladeira. Mas quando ele se emparelhou com a catingueira, em vez de correr, deitou-se e saiu rolando em direção ao rio.
Lampião saiu correndo atrás dele, e atirando para cima.
Mas o homem medrosíssimo e querendo escapar da morte, caiu dentro da água, submergiu e adeus, Lampião!
- Mas que sujeitinho inteligente, gente! - O safado me pegou de cheio! Dizia o capitão Lampião para a sua cabroeira, sorrindo da astúcia do caçador.
Minhas Simples Histórias.
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Mais uma vez, não usa na literatura cangaceira, é apenas uma brincadeirinha com o capitão Lampião.
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