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sábado, 8 de abril de 2023

ADEUS, CAPITÃO LAMPIÃO!

 Por José Mendes Pereira - (Crônica 77)

Espero que o amigo leitor,  se caso decidir ler este meu simples trabalho (fictício) não use de forma alguma na literatura lampiônica, porque, é apenas uma brincadeirinha com o compadre Lampião. Se os poetas fazem seus trabalhos com ele e as pessoas sabem que não é verdade, não há problema eu expor o meu. Tem gente que gosta de ler até rótulo de caixa de fósforos... 

Então, vamos brincar com o capitão Lampião sem nenhum tipo de humilhação.

Certo dia, Lampião e seu bando se encontravam arranchados bem próximos a um rio no Estado de Sergipe. E por ironia do destino, um senhor chamado Lauriano que andava procurando caças para alimentar os seus filhos, saiu no local onde se encontrava a perigosa malta. Logo os cangaceiros o rodearam e começaram as suas humilhações contra ele. Cuspiram e surraram o infeliz.

Lampião que descansava encostado ao um tronco de uma frondosa árvore, apenas observava as maldades dos cangaceiros contra o pobre infeliz caçador. E em seguida, levantou-se dizendo-lhes:

- Gente, é melhor executá-lo do que ficarem  maltratando o homem que ainda nada fez contra nós.

E apoderando-se do seu maldito rifle que estava ao seu lado, ordenou-lhes que colocassem o marcado para morrer   em posição de execução.

O homem ajoelhou-se  ao pés do poderoso carrasco capitão Lampião, rogando-lhe que não o matasse:

- Senhor, pelo amor de Deus, não me mate! Eu deixei em casa três filhinhos pequenos para criar, e minha esposa é paralítica dentro de uma rede, sem condições de ralar para terminar de criá-los. Sem eu, cuidando deles, eles e a sua mãe vão morrer de fome, senhor!

Apesar de sanguinário, o capitão Lampião condoeu-se com aquele pedido do homem para não morrer. E olhando bem no fundo dos seus olhos, disse-lhe: 

- Eu lhe faço um desafio, cabra! Se você tiver sorte na vida, não irá morrer, pelo menos, hoje...        

E olhando em direção a um baixio bem próximo ao coito, onde lá repousa  um rio milenar, perguntou-lhe com ignorância:

- Você está vendo aquela catingueira ali, seu peste? 

- Estou, sim senhor! Estou! - Respondeu o pobre homem tremendo de medo.

- Você vai andando até a catingueira. Quando você se emparelhar com ela, corra. Corra que é a partir daí, é que eu começo a atirar. Não corra antes, porque eu atiro e você morre logo.  

Pela proposta feita ao pobre infeliz, Lampião não tinha intenção de matá-lo, já que não havia motivo nenhum para executá-lo. O seu desejo era que ele escapasse das balas e fosse cuidar da esposa e criar os seus  filhinhos.                 

O homem conhecia bem a região. Da catingueira até ao rio tinha uma ladeira. Mas quando ele se emparelhou com a catingueira, em vez de correr, deitou-se e saiu rolando em direção ao rio.

Lampião saiu correndo atrás dele, e atirando para cima.

Mas o homem medrosíssimo e  querendo escapar da morte, caiu dentro da água, submergiu e adeus, Lampião! 

- Mas que sujeitinho inteligente, gente! -  O safado me pegou de cheio! Dizia o capitão Lampião para a sua cabroeira, sorrindo da astúcia do caçador. 

Minhas Simples Histórias.

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

Mais uma vez, não usa na literatura cangaceira, é apenas uma brincadeirinha com o capitão Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

http://josemendeshistoriador.blogspot.com

 

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