Wilson Seraine
estuda há 15 anos a história e obra do 'Rei do Baião'.
Ele também é
presidente da 1ª Colônia Gonzaguena do Brasil, em Teresina.
O professor de
física Wilson Seraine é um dos especialistas mais respeitados do Piauí e
do Nordeste quando se trata da vida e obra de Luiz Gonzaga. Segundo ele, a
paixão pelo sanfoneiro já era antiga, mas ficou realmente séria há 15 anos,
quando passou a intensificar a compra de livros, revistas, chapéus, CDs, DVDs,
LPs, partituras e fotos do Velho Lua. Atualmente já são mais de 500 itens em
sua coleção particular.
Além de
apaixonado pela história do ícone nordestino, Seraine é um grande divulgador de
sua obra. O professor tem um programa de rádio há quase sete anos no qual fala
de cultura popular, especialmente do autor de Asa Branca.
“Temos o
programa de rádio e ainda realizamos, há quatro anos em Teresina, a Procissão
da Sanfona no dia da morte de Luiz Gonzaga, 2 de agosto. Conseguimos juntar
mais 50 sanfoneiros na procissão deste ano”, relata.
Wilson Seraine
e Luiz Lua Gonzaga
A admiração
pelo trabalho de Luiz
Gonzaga fica evidente quando se entra na casa do pesquisador. Lá, existe o
Espaço Cultural Luiz Gonzaga com dezenas de rádios, telefones, gravuras,
cartazes, quadros, bebidas e outros utensílios que lembram a cultural popular
nordestina e obra de Gonzaga. Em outro cômodo estão os LPs, livros, revistas,
cordéis que remetem ao Velho Lua.
“Luiz
apresentou o Nordeste inteiro para o brasileiro. Ele cantou nossas lendas, a
culinária, a sabedoria popular, os vaqueiros e os estados nordestinos como
ninguém fez. Luiz Gonzaga é o próprio nordeste”, afirma o pesquisador.
Segundo ele, o
fato de ser um professor de física, com mestrado em Ciências Matemáticas, ainda
ser um especialista em Luiz Gonzaga, causa estranheza.
“Sou antes de tudo
nordestino. Já era fã do Velho Lua antes de me tornar pesquisador de sua obra.
José Leite Lopes, o maior físico brasileiro, aconselhou os físicos a lerem
sobre cultura e história quando cansarem de estudar sua área. Eu não esperei
isso acontecer”, disse.
“Passei a
viajar muito quando terminei o meu mestrado quatro anos atrás. Fui à Exu(PE),
Juazeiro do Norte(CE), Crato(CE) e Paulo Afonso (BA) para dar palestras,
participar de congressos e garimpar material. Nessas viagens, a gente consegue
vídeos caseiros da região, livros antigos e músicas diferentes. Toda viagem que
faço é um intercâmbio cultural com a região e sempre há algo de novo sobre Luiz
Gonzaga”, afirma.
O amor pela
vida obra de Luiz Gonzaga lhe rendeu o cargo de presidente da I Colônia
Gonzagueana do Brasil. “Um dia estávamos confraternizando em casa com o
Reginaldo Silva, um especialista sobre Gonzagão, e amigos quando ele decretou
que estava fundada a Colônia e eu era o presidente. No início levei na
brincadeira, mas as comemorações pelo centenário do cantor fizeram com que levássemos
a coisa mais a sério. Temos perfis nas redes sociais, estamos construindo nosso
site e contamos com cada vez mais adeptos”, explica Seraine que sedia a
organização em sua casa.
O sanfoneiro
Geri Wilson é um dos Gonzaguenos. Ele conta que é músico profissional há mais
de 20 anos, mas que se apaixonou pela obra de Luiz Gonzaga há apenas quatro
anos. “Eu participava de bandas que tocavam ritmos populares de sucesso rápido,
quando um belo dia caiu a ficha. “Agora eu quero tocar é Asa Branca”, pensei.
Passei então a pesquisar, cantar e acabei fundando uma banda que tem como maior
influência o Gonzagão”, conta.
Não há
restrição de idade para participar da Colônia Gonzaguena. Isac Prado tem apenas
10 anos, mas já é um sanfoneiro de respeitado em todo o Piauí. “A primeira
música que aprendi foi Asa Branca e a maioria das canções que toco são de Luiz
Gonzaga”, afirma o pequeno músico que aprendeu sozinho, aos 6 anos, a tocar o
instrumento.
Seraine,
Severo e Reginaldo em dia de Cariri Cangaço
A I Colônia
Gonzaguena do Piauí é organizadora da Missa dos Sanfoneiros, que será celebrada
nesta quinta-feira (13), dia em que Luiz Gonzaga completaria 100 anos. A missa
será realizada na Igreja São Benedito, em Teresina. Antes da celebração, vários
sanfoneiros da região farão um encontro no Adro da igreja.
As
comemorações pelo centenário de Luiz Gonzaga envolvem apresentações musicais do
Coral Nova Visão, da Associação dos Cegos do Piauí; da Banda do 25 BC, com
repertório especial de Luiz Gonzaga; de Solange Veras, piauiense compositora
parceira do Rei do Baião; e da Big Band Luiz Gonzaga.
A programação,
organizada pela Colônia Gonzagueana/Piauí, inclui ainda uma apresentação de
dança, com Sidh Ribeiro; apresentação de sanfoneiros e a realização de um leilão
cultural, com a arrecadação destinada às vítimas da seca no semiárido
piauiense.
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