O cangaceiro Moreno
Antônio
Ignácio da Silva (Tacaratu, 1 de
novembro de 1909 — Belo
Horizonte, 6 de setembro de 2010), mais conhecido
pela alcunha de Moreno,
foi um cangaceiro pertencente
ao bando de Lampião e Maria Bonita. Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e
adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas
Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade,
e um dos últimos a morrer.[1][2]
Filho de
Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Antônio perdeu o
pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas
proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima
de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado
da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancando por policiais de Brejo Santo,
após ser acusado injustamente de roubar um carneiro.
Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.[3]
Foi contratado por um
proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas
terminou integrando-se ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem
tornou-se amigo. Na década
de 1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha.
O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro
poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.[1][3][4]
Os penúltimos facínoras a deixarem o cangaço - Corisco foi o último
Moreno era
conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usado na época e
ter, a sua disposição, um mosquetão.[3]
Dois anos após
a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas
Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e
Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto
de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram
mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo
Horizonte no final da década
de 1960.[5]
Ainda com medo
de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os
filhos. A situação manteve-se até meados da década
de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada.
Encontrado em 2005, Inácio Carvalho
Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos. Só então é que a
família conheceu a história do passado no cangaço; Durvinha morreu pouco tempo
depois.[2][4][5]
Deprimido com
a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada.
Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo
Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi
realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno,
que pensou que nunca teria uma cova; o temor de morrer como um cangaceiro, de capitado e
com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu
disfarce.[2][5]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno_(cangaceiro)
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