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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

CRECHE NÃO É DEPÓSITO DE CRIANÇA

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

Não é de hoje e já faz muito tempo de que as funções da Educação Infantil no mundo mudaram e no Brasil não poderiam ser diferentes, tanto é assim que vem sendo objeto de pesquisas e discussões em todos os regimes e/ou formas de governos até então existentes em nossa Pátria.
            
No Brasil, por exemplo, a partir da década de 80 do século XX, fim da Ditadura Militar/64 e inicio do regime democrático, muito se discutiu e se produziu a tal respeito, a exemplo dos estudos e/ou pesquisas de caráter cientifico de Ferrari e Gaspary (1980), de Kramer (1982a; 1982b; 1988a., 1988b), de Campos (1985; 1986; 1988), de Ferrari (1982), de Rosemberg (1984; 1986) de Poppovic (1984), de Abramovay e de Kramer (1985), de Souza Patto (1988; 1991), dentre tantos outros importantes educadores e teóricos aqui não mencionados, que provocaram e continuam provocando e fomentando discussões referentes as funções públicas da chamada Educação Pré-Escolar e/ou Educação Infantil, diante do advento do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) e da Lei nº 9.394/96 das diretrizes e bases da educação nacional em nosso país.
            
De modo que uma das funções da Educação Infantil no Brasil do final do século XX e início do século XXI, é priorizar a necessidade básica fundamental para garantir o pronto atendimento diário no chão escolar no tocante ao caráter educacional a todas as crianças, portadoras e/ou não de necessidades especiais de 0 (zero) a 6 (seis) anos na rede pública de ensino (federal, estadual e municipal) deste gigante país. Bem sabemos que cada município brasileiro tem seu PME – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO para o período de dez anos (2014-2024), proposta discutida, aprovada e consolidada por seus instituidores (gestores municipais, professores, orientadores, legisladores, pais, alunos, etc) com o aval legislativo em cada esfera de poder. É lá na legislação federal, estadual e municipal que se encontram as propostas pedagógicas em termos teóricos para incrementar sua prática e contemporaneidade de cada escola infantil, porque creche não deve ser considerada, esteriotipada e/ou padronizada com o estigma de depósito de crianças pobres e/ou carentes, pelo simples fato de que seus pais não têm recursos econômicos e financeiros. Toda criança nasceu para ser feliz e ter futuro na vida. Desde a década de 90 do século passado que as discussões tomaram corpo no sentido do Poder Público: Federal, Estadual e Municipal se permita garantir com o dinheiro de nossos impostos diretos e indiretos, escola infantil em quantidade e qualidade, com o atendimento educacional e assistencial da criança, porque não existe criança pobre à luz da legislação nacional, pode sim, existir criança filho e/ou filha de pais desempregados e descapitalizados para garantir o sustento com dignidade de sua prole, haja vista o rolo compressor das desigualdades sociais patrocinada pelo desemprego de mais de treze milhões de brasileiros, da falta de oportunidades para criar e desenvolver suas vidas, além do dragão nacional chamado de enriquecimento ilícito via a corrupção implantada sistematicamente em nosso sistema político administrativo no tocante a distribuição da renda nacional, do superfaturamento de obras e serviços públicos, onde poucos tem muito e muitos tem pouco e //ou quase nada. Existem milhões de brasileiros que perderão a esperança de serem feliz e vivem na linha pobreza extrema. Nem os programas sociais de distribuição de renda para calar a boca do povo simples, tem resolvido tal problemática nacional de infelicidade, o que tem patrocinado o surgimento de falanges e crimes organizados no seio das pequenas e grandes comunidades. Vivemos em um ambiente de guerra civil, onde se mata mais anualmente do que em qualquer guerra no mundo atual.  É tempo de acabar com essa ideia de existir cidadão de primeira classe e cidadania de última classe quando se fala da distribuição da riqueza nacional, fruto do trabalho de todos que trabalham e lutam pelo engrandecimento do Brasil, de seus Estados Membros e de seus Municípios... O assunto é por assim dizer, complexo em sua essência...
              
Diante de tais argumentações, deduz-se de que só existe realmente uma política de Educação Infantil, planejada, implantada e executada com todos os elementos necessários e/ou pertinentes quando realmente existir em cada município brasileiro a vontade de assim o ser, única forma de garantir educação e cuidado para a criança, única maneira e/ou caminho para superar e nunca extinguir a dicotomia existente entre a pré-escola e a creche -  educar e cuidar - aqui compreendida nunca como sendo depósito de crianças, pois, o Estado Brasileiro tem que garantir o atendimento integral e integrado da referida clientela, futuro de nossa Terra, pois, não se justifica jamais o Poder Público: Federal, Estadual e Municipal à luz de nossa legislação, abrir mão do cuidado que se deve ter cotidianamente com nossas crianças.
          
A Educação Infantil de 0 (zero) a 6 (seis) anos é em sua essência: educacional e assistencial integral e integrada do Poder Público com as famílias envolvidas.


Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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