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sexta-feira, 16 de março de 2018

MARIETA LIMA 1ª MULHER DE MOSSORÓ A USAR MACACÃO PARA EXERCER ARTES PLÁSTICAS


Nascida em 12 de janeiro de 1912 em Mossoró, filha de Maria Lima Rocha e João Lima Rocha, Marieta Lima passou a sua infância na fazenda do Carmo. Onde foi criada na histórica Casa Grande, a primeira casa de Mossoró construída pelos Carmelitas. Frades que na época catequizaram os índios Monxorós.Seus primeiros traços artísticos se manifestaram em carvão. Posteriormente, ao receber aulas no Colégio das Freiras na década de 1920, aos 11 anos, teve aulas de piano. Por ter as mãos pequenas, desistiu de tocar. As freiras perceberam habilidades artísticas visuais e ela começou a desenhar com lápis de cera com a Irmã Inês. Era chamada apenas no colégio de MARIA. Sua primeira obra foi aos 12 anos, em 1924, com o desenho de A Madona. Assinou como Maria Lima, como as freiras determinaram. No final da década de 1930, começou a pintar óleo sobre tela e restaurar imagens. Suas pinturas eram sacras e tendenciadas ao clássico europeu. Seus principais temas eram a religiosidade e a natureza morta. Casou-se em 1931, teve quatro filhos. Dois dedicaram-se. Na década de 1940 restaurava o teto das igrejas e logo após a segundo guerra mundial foi a primeira mulher na cidade a usar macacão para conseguir exercer o ofício nas artes. Por ser inovadora e solidária com o próximo, pertenceu às Damas de Caridade. Distribuía alimentação e roupas para os mais carentes. A experiência de estar mais próxima das comunidades e realizar muitas viagens pelo interior do Rio Grande do Norte começou a focar sua arte com temas regionais e de sua terra. Como a caatinga, o vaqueiro, o amanhecer e o pôr-do-sol, os carnaubais e as mais variadas manifestações folclóricas da alma nordestina começaram a ser contadas em suas telas. Já na década de 1950, começou a lecionar na Escola Normal ensinando a cadeira de artes plásticas. Para acrescentar a renda confeitava bolos, cortava cabelos, decorava festas para a alta sociedade. Entre 60 e 70, participou ativamente da vida política da cidade. No tempo das campanhas de Aluizio Alves foi uma das senadoras. Já em suas artes, foram espalhadas por varias regiões do Brasil, como São Paulo, Rio, Salvador, Pernambuco, entre outros Estados. Por ser referência na cidade e por pintar a regionalidade, suas obras foram vendidas para Holanda, Estados Unidos, Itália e Portugal. Em seu ateliê que funcionava em sua residência, ensinou para Boulier e Varela. Entre as suas obras estão: A Sagrada Família, A Menina na Janela, O Vaqueiro, As Fofoqueiras, A Sarça Ardente, O Menino da Esperança Esfarrapada, A Grande Queimada, O Preto Velho, Os Carnaubais, As Caeiras, Lampião e Maria Bonita. Entre 1980 e 1990, inovou ao usar cores fluorescentes e tintas em relevo em suas telas. Mesmo tendo perdido uma de suas visões, continuou pintando. No decorrer de 2000 recebeu homenagens como uma sala de artes com seu nome na Estação de Artes e Biblioteca Pública de Mossoró. No ano de 2008 foi considerada imortal pela academia de letras e artes plásticas de sua cidade.A maioria das obras de Marieta Lima não se sabe ao certo quem ainda as possui. Sabe-se que parte delas encontra-se nos principais Órgãos públicos do Estado do Rio Grande do Norte, famílias tradicionais e com seus familiares.

FONTE; JORNAL DE FATO, EDIÇÃO DO DIA 8 DE JANEIRO DE 2012 (DOM)

http://jullyetth-artistasplasticos.blogspot.com.br/2012/01/marieta-lima-1-mulher-de-mossoro-usar.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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