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segunda-feira, 8 de junho de 2020

CONTOU O CANGACEIRO JARARACA AO JORNALISTA DE MOSSORÓ LAURO DA ESCÓCIA

Por José Mendes Pereira
José Leite de Santana o cangaceiro Jararaca

Em 13 de junho do ano de 1927 Virgolino Ferreira da Silva o afamado e sanguinário capitão Lampião filho lá da cidade de Vila Bela, hoje Serra Talhada no Estado de Pernambuco, resolveu entrar na cidade de Mossoró com o seu admirado bando, na intenção de assaltarem a maior e mais produtiva cidade do Estado do Rio Grande do Norte. 


Após a tentativa de assalto que para eles infelizmente não deu certo, e para a cidade de Mossoró, felizmente, os bandidos não conseguiram levar absolutamente nada, e ciente que tinham perdido a batalha contra a resistência organizada pelo prefeito Rodolfo Fernandes,  Lampião e sua malta fugiram de Mossoró às carreiras em busca do Estado do Ceará, deixando para trás dois dos seus valiosos homens.

Um, era o cangaceiro Colchete  que foi assassinado no momento da refrega, tendo sido atingido na cabeça quando procurava melhor condição de apoio para o ataque, e não levando sorte, ficou no chão estirado pronto para os mossoroenses fazerem o seu enterro. 

outro foi o perverso  chefe de um subgrupo de cangaceiros o pernambucano José Leite de Santana o cangaceiro Jararaca, que vendo o seu companheiro já sem vida, tentou pegar a sua arma e as suas riquezas, e logo foi baleado por um dos resistentes que estava na torre da igreja de São Vicente de Paula. Sem condições de permanecer no combate contra as defesas preparadas pelo então prefeito Rodolfo Fernandes, o facínora Jararaca resolveu fugir às pressas em busca de um lugar seguro, no caso, o coito improvisado que eles haviam feito no dia anterior lá na localidade denominada "Saco", nos dias de hoje é o bairro "Belo Horizonte". 

Prefeito de Mossoró Rodolfo Fernandes


É possível que ao retornar ao local Jararaca não acertou e a solução naquele momento seria se esconder às margens do rio Mossoró, próxima à ponte de trem, tendo sido capturado no dia seguinte pela força policial da cidade.

Cadeia Pública de Mossoró


O facínora Jararaca foi trancafiado no mesmo dia na "Cadeia Pública de Mossoró". Estando lá, ao lembrar dos acontecimentos que havia presenciado durante o tempo em que passou no cangaço, mesmo engaiolado e bastante ferido, o bandido gargalhava em exagero, quando foi  feita uma pergunta  pelo jornalista mossoroense "Laura da  Escócia", qual era a causa das suas gargalhadas, e debochadamente, o bandido respondeu-lhe:

- O que me faz gargalhar foi porque certa vez o capitão Lampião invadiu uma festa de casamento de um inimigo, e com o seu próprio punhal sangrou o noivo. 

- E o que aconteceu com a noiva? - Peguntou Lauro da Escócia.

- A noiva foi estuprada na caatinga pelos cabras do bando.

O cangaceiro Jararaca também revelou ao jornalista Lauro da Escócia que certa vez, o capitão Lampião teria ordenado que os festeiros tirassem as suas roupas e todos dançassem um xaxado nus. Se é verdade ou mentira não é do jornalista, e sim, do depoente Jararaca, porque cangaceiro era faca de dois gumes.

"Informação ao leitor: Não foi por ele citado ao jornalista o lugar e nem o Estado onde isso aconteceu".

Escritores Raimundo Nonato, Lauro da Escócia e Raimundo Soares de Brito o Raibrito. -  Não confundir com Lauro da Escócia Filho. Foto do http://blogdobarreto.com.br/a-historia-de-lauro-da-escossia-lendario-jornalista-mossoroense/

Mas a jornalista "dona Vera Ferreira" que é filha de dona Expedita Ferreira Nunes e neta dos reis do cangaço capitão Lampião e Maria Bonita não acredita nesse fato, e ainda afirma que ver nisso muito folclore. A escritora e pesquisadora do cangaço poderá está certíssima, e temos que respeitar bastante a sua opinião, mas ela sabe que cangaceiros, nenhum deles era santo, e com todo respeito, até mesmo o seu próprio vovô Lampião não podemos santificá-lo. 

Jornalista Vera Ferreira e sua mãe Expedita Ferreira Nunes neta e filha de Lampião e Maria Bonita.


O jornalista Lauro da Escócia que era diretor do "Museu Público de Mossoró" e que eu não só o conheci de vista e chapéu, mas pessoalmente, e não só uma vez, muitas vezes, porque eu frequentava aquele museu para fazer pesquisas quando eu fazia "Científico", no período da sua direção, e jamais acreditarei que ele criou estes acontecimentos. 

O jornalista poderá ter contado com um pouco de "humor" ou apimentado o fato, que isso faz parte do jornalismo, mas criado por ele, jamais. E a "dona Vera Ferreira" sabe disso, porque ela também é jornalista.

Lauro da Escócia era um jornalista admirado e respeitado em Mossoró por todos os seus colegas de trabalho, por isso é meio difícil ele ter inventado que os cangaceiros fizeram estas duas barbaridades na caatinga do nordeste. 

Temos que lembrar que não será bom jornalista aquele que não sabe apimentar a sua reportagem, mas sem acrescentar fatos que não aconteceram. Geralmente fato jornalístico tem humor, muito embora que caiba dentro de um dedal.

Lauro da Escócia tinha um respeito por todos que por lá chegavam e era dono de uma simplicidade incrível. E apesar de ter os seus funcionários para nos atender ele mesmo ia nas estantes e ajudava o aluno ou aluna procurar o livro que desejava para fazer pesquisas. 

Informação ao leitor: Tudo que falei nada fere à jornalista Vera Ferreira. Sei que ela tem o seu direito de protestar algo que dizem com o seu avô. Mas eu não dalei nada além da verdade.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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