Clerisvaldo B. Chagas, 8 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.319
CASA DA CULTURA DE SANTANA DO IPANEMA. (FOTO: B. CHAGAS). |
Foi na gestão do Senhor Henaldo Bulhões que a cidade de Santana do Ipanema teve início com suas placas indicativas. Apesar da seca dolorosa de 1970, o prefeito procurou embelezar a cidade com jardins, logradouros públicos, caiação de meio-fio e troncos de árvores da arborização das ruas e a novidade de placas indicativas espalhadas pela urbe. Museu, biblioteca, Câmara de Vereadores, saídas da cidade e destino, fizeram Santana tomar ares de lugar muito civilizado, além do embelezamento. Lembramos muito bem o pintor Biu, da Cohab Velha, caprichando no trabalho de pintura das placas indicativas e a pilha de material ao seu lado. Naquele momento, a cor verde era a que mais nos atraia na superfície da madeira. Talvez tenha sido nessa época em que foram distribuídas também pela cidade, coletores de lixo com dizeres sobre a coleta. As lixeiras eram modernas e os dizeres coloridos. Mas também isso ocorreu na administração Paulo Ferreira.
Muito bem, daí para cá não encontramos em nenhuma gestão o mesmo benefício das placas indicativas para os mais de 130 sítios rurais. Pesquisadores, viajantes, turistas e outros percorrem a zona rural cortadas de estradas, caminhos e veredas sem nenhum auxílio visual que possa guia-los até o destino. Muitas vezes é preciso andar a pé quilômetros, sem encontrar uma só pessoa para informação. Nada de placa indicativa. Quanto custa dois pedaços de madeira: um barrote e uma seta de pau com um pouco de tinta, para valorizar a autoestima do homem do campo, embelezar e informar ao viajante. Ou se anda com um guia ou se informando ´`a moda antiga com “Seu Zé”. As placas indicativas tão baratas, ainda poderiam ser patrocinadas pelo comércio com as respectivas propagandas.
Como exemplo, só na BR-316, de Santana ao povoado Areias Brancas, tem uma porção de sítios em ambas as margens e entradas para muitos outros, ou se sabe ou se advinha: Serrote, Barragem do Gravatá, Puxinanã, Lagoa dos Morais, Sacão e entradas para a Jaqueira, Serra da Lagoa, Poço da Pedra, Cajueiro, Mangaba, Jurema, Martins e tantos e tantos. Já pensou, placas indicativas para todos, a visualização e a civilidade? Não se regride no tempo nem se toma decisão por último. Tem muita gente importante que nasceu no sítio, morreu e nem sequer tem um letreiro de lembrança. Conhecemos três escritores santanenses que vieram da roça, também gente ilustre da política, do comércio e da indústria, além de muitas outras áreas. A sugestão está lançada: apenas dois pedaços de pau e um pouco de tinta.
Vamos chamar outros Bius para o serviço?
Tudo por Santana do Ipanema.
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