João Acácio
Pereira da Costa, conhecido como Bandido da Luz Vermelha (Joinville, 24 de
junho de 1942 — Joinville, 5 de
janeiro de 1998), foi um notório criminoso brasileiro[1].
Biografia[editar | editar código-fonte]
João Acácio
ficou órfão com apenas quatro anos. João Acácio e seu irmão mais velho, Joaquim
Tavares Pereira, passaram, então, a ser criados por um tio. Em 1967, ano em que
foi preso em Curitiba (PR), Luz Vermelha contou que ele e o irmão eram
submetidos a trabalhos forçados pelo tio em troca de comida. O criminoso disse
ainda que ambos foram torturados física e psicologicamente pelo parente, que
negou as acusações.[2]
Quando
pré-adolescente, foi estuprado por meninos mais velhos que eram seus rivais.
Essas agressões sofridas parecem ter despertado seus piores instintos.[3]
Na
adolescência, foi morar no estado de São Paulo fugindo dos furtos que praticou
no seu estado natal,[4] fixando
residência na cidade de Santos, onde se dizia filho de fazendeiros e bom moço e levava
uma vida pacata no lugar que escolheu para morar, mas, ao contrário do
"bom moço", praticava seus crimes em São Paulo e voltava incólume
para Santos.
Também
praticou roubos e desmanches de carros no Rio de Janeiro. “Ia para o Rio de
ônibus e voltava de carro. Chegou a roubar 50 veículos”, conta o jornalista e
escritor Gonçalo Junior, autor do livro “Famigerado! — A
História de Luz Vermelha, o bandido que aterrorizou São Paulo”.[3]
Enganava a
polícia se passando por quatro assaltantes diferentes: o bandido incendiário
que tocava fogo nos corredores das casas para provocar pânico e acordar os
moradores, o bandido mascarado que roubava joias, o bandido macaco, por usar um
macaco de carro para abrir as janelas, e o Bandido da Luz Vermelha, apelido que
ganhou por usar uma lanterna de aro avermelhado que comprou em uma antiga loja
de departamentos da Mappin.[3]
Chegou a
praticar assaltos quatro dias por semana, sempre das 2 às 4 horas da madrugada.
Foram mais de cinco anos de perturbação pública, com dezenas de assaltos,
estupros e homicídios atribuídos a ele pela polícia. Sua preferência era por
mansões e tinha um estilo próprio de cometer os crimes, como, sempre nas
últimas horas da madrugada e cortando a energia da casa, usando um lenço para
cobrir o rosto e sua principal marca: carregava uma lanterna com bocal vermelho.[4] Tudo
isto chamou a atenção da imprensa, que o apelidou de "Bandido da Luz
Vermelha",[5] em
referência ao notório criminoso estadunidense Caryl
Chessman, que tinha o mesmo apelido.[6]
Luz Vermelha
era vaidoso, vestia-se de forma a chamar atenção, sempre com cores vivas,
chapéus extravagantes e lenços de caubói cobrindo o rosto. Gostava de usar
perucas. Costumava também se passar por músico, carregando a tiracolo uma
guitarra que havia roubado.[3]
Gastava o
dinheiro obtido nos assaltos com mulheres e boates e a polícia levou seis anos
para identificá-lo, conseguindo isso, após ele deixar suas impressões digitais
na janela de uma mansão.
Prisão[editar | editar código-fonte]
João Acácio
foi preso em 8 de agosto de 1967 na cidade de Curitiba[7][4],
após a polícia descobrir que ele vivia sob a identidade falsa de Roberto da
Silva.[2]
No
interrogatório, ele confessou 4 crimes[2]:
A primeira
teria ocorrido em 3 de outubro de 1966, quando estudante Walter Bedran, de 19
anos, ao tentar surpreender o bandido, que acabara de invadir o quintal de sua
residência no Sumaré, foi alvejado com um tiro na cabeça.
Dez dias
depois, a vítima foi o operário José Enéas da Costa, 23, morto durante uma
briga com o criminoso em um bar no bairro da Bela Vista.
Em 7 de junho
de 1967, no Jardim América, o industrial Jean von Christian Szaraspatack, ao
reagir a uma tentativa de roubo, foi assassinado numa troca de tiros.
Em 6 de julho
de 1967, João Acácio ainda matou o vigia José Fortunato, que tentou impedir sua
entrada na mansão em que fazia guarita, no bairro do Ipiranga.
Por conta
disso, ele foi condenado por quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio
e 77 assaltos[8],
com uma pena de 351 anos, 9 meses e três dias de prisão.
Nunca ficou
comprovado, porém, que Acácio cometeu estupro ou que teve relações sexuais com
suas vítimas.
Liberdade[editar | editar código-fonte]
Após cumprir
os 30 anos previstos em lei, foi libertado na noite do dia 26 de agosto de 1997
e retornou para a cidade de Joinville, mantendo uma certa popularidade, pois
tinha obsessão em vestir roupas vermelhas e quando alguém lhe pedia um
autógrafo, ele simplesmente escrevia a palavra "Autógrafo"[9].
Morte[editar | editar código-fonte]
Após quatro
meses e vinte dias em liberdade, João foi assassinado com um tiro de espingarda
no dia 5 de janeiro de 1998, durante uma briga de bar[4].
Conforme
informado à época pelo jornal "Notícias Populares", o algoz do
ex-detento alegou ter efetuado o disparo para salvar a vida do irmão, que fora
agarrado e ameaçado com uma faca depois de um desentendimento por causa de um
suposto assédio sexual cometido por Luz Vermelha contra a mãe e a mulher do
algoz.
Em novembro de
2004, o algoz foi absolvido pela Justiça de Joinville, entendendo que o ato foi
em legítima defesa.
Cultura
popular
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