Clerisvaldo B. Chagas, 5 de abril de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.879
Conheci um vigia da Praça da Matriz. Sim, tinha vigia. Percorria o logradouro com um cacete à mão. Nunca bateu em ninguém, mas comia fogo com os rapazotes que estudavam na Escola de dona Helena Oliveira e que aprontavam com ele. Certa feita a garotada viu o vigia cochilando, amarraram sua perna à estaca do canteiro, bateram na sua cabeça e saíram correndo. O restante fica por conta da imaginação. E o último vigia da praça que conhecemos, foi o soldado reformado Gonçalo: tipo Bonachão, amigo e que recebia alguns trocados dos comerciantes do entorno da praça. Dava pena! Vivia soluçando, parece que bebia. Daí para cá nunca mais soube que praça tem vigia. Os vândalos nada respeitam, quanto mais praça abandonada.
Vale salientar, entretanto, que todas as antigas praças de Santana do Ipanema, foram extintas ou modernizadas. Mais bonita ou mais feia depende da opinião individual de quem conheceu a todas. E assim podemos nos referir ao bairro São José, desmembrado do enorme Bairro Camoxinga e que tem como base a COHAB Velha. A única praça que havia, fora construída às pressas no apagar das luzes da gestão Marcos Davi. Vândalos, drogados, ladrões e muitos moradores destruíram-na, transformando-a em lixeiro, estábulo e ponto inseguro dessas mazelas sociais. Sobre esse terreno desprezado foi recentemente inaugurada outra praça de características diferentes. Esperamos que desta vez seja respeitada pelos usuários e não precise de vigia para andar de cacete na mão.
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