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domingo, 11 de dezembro de 2011

História oficial de Mossoró (uma obra Cascudiana) - 21 de Agosto de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento
Geraldo Maia e o historiador Vingt-un Rosado

 Quando o professor
 
Luís da Câmara Cascudo escreveu a história de Mossoró com o título “Notas e documento para a história de Mossoró, fez na qualidade de “Historiador Oficial de Mossoró”, nomeado pelo prefeito Vingt Rosado.
Da esquerda para direita: Sandra, Vingt, Lavousier, Rosalba e Betinho
Essa história o próprio Cascudo nos conta na introdução do referido livro.
Diz o autor: 
“Em meados de setembro de 1953 estava no Rio de Janeiro quando fui procurado por
Dix-huit Rosado que me mostrou um telegrama de Vingt, pedindo que me convencesse a estar em Mossoró no último mês, inaugurando a série do curso de Antropologia Cultural. Em junho, Vingt-un estivera em nossa casa, conversando sobre o curso e tivera minha promessa de inaugurá-lo. Agora aparecia mesmo o título, “Sociologia da Abolição em Mossoró”. 
Tinha eu que fazer uma conferência na Faculdade de Filosofia de Vitória, no Espírito Santo, e um programa de coisas para ver, mostradas pelo etnógrafo capixaba e amigo velho, Guilherme Santos Neves.
 Sacrifiquei dois terços do programa e no dia seguinte à conferência, voei para Natal. Na noite de 29 de setembro estava em Mossoró. 
Antes do jantar, Vingt-un mostrou-me o convite oficial para escrever uma História de Mossoró. Havia convite anterior, mas fora impossível troca de correspondência. Quando fui fumar e olhar as estrelas na Praça Souza Machado, já estava nomeado historiador de Mossoró.” 
Dessa forma, o livro escrito por Cascudo em 1953, a pedido de Vingt Rosado, já em sua 5ª edição, é o livro de história oficial de Mossoró. Mas não foi o primeiro a ser escrito sobre esse tema; Mossoró, o livro que Vingt-un Rosado escreveu em 1940, teve esse privilégio. Já havia, mesmo antes de 1940, os trabalhos do pioneiro Francisco Fausto de Sousa. Mas esse só foi transformado em livro em 1979, pelo esforço de Vingt-un Rosado, com o título de História de Mossoró. 
Para escrever seu livro, Cascudo muniu-se da coleção do Boletim Bibliográfico e alguns quilos de atas da Câmara Municipal e da Intendência, datilografadas. O Boletim publicara as atas de abril de 1864 até dezembro de 1879. E ele tinha também as cópias de 1880 a 1949, além de ter também os termos de posse dos vinte prefeitos, de Rafael Fernandes a Vingt Rosado, de 1929 a 1923. Levou todo esse material para a sua casa e os leu cuidadosamente, fazendo anotações. Recorreu também aos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da Secretaria Geral do Estado, de onde retirou importantes informações sobre a criação da Freguesia e do Município de Mossoró. Nas palavras do autor, “das atas da Câmara Municipal e Intendência, do indispensável Boletim Bibliográfico, dos jornais, relatórios de Presidentes da Província e do governo municipal, do “Mossoró” de Vingt-un Rosado, de tão variada informação, de “Mossoró” de Nestor Lima, retirei pedras para este edifício em serviço de Mossoró.” 
Mas apesar de todo esse material de referência de que dispunha o autor, houve uma grande dificuldade para a sua elaboração, já que ele escreveu o livro em Natal, portanto longe de informações imediatas cujas necessidades surgiam no curso da sua elaboração. Carece, portanto, esse livro de maiores minúcias, fixando datas referentes às criações de instituições mais recentes, segundo o próprio autor. Por isso ele mesmo não considerou esse livro como obra completa. Preferiu considera-lo apenas como um conjunto de “notas e documentos para a história de Mossoró”, sendo esse o título que deu ao trabalho. Apesar de tudo, é o trabalho mais completo sobre a história de Mossoró. 
Acontece que essa obra foi publicada há 58 anos e as cinco edições que foram lançadas não trouxeram nenhuma atualização. E a cidade cresceu muito nesse período. Carece, portanto, de uma história mais recente, mais atualizada, para que as novas gerações possam nortear o presente e projetar o futuro da cidade sem o perigo de repetir os erros do passado.
Geraldo Maia do Nascimento
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