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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

LAMPIÃO ERA MUITO VALENTE, MAS ERA ANTES DE TUDO INTELIGENTE!

Por Paulo George


Lampião e seu bando seguindo para atacar Mossoró, chegando na Vila de Boa Esperança, Sabino o braço direito de Lampião, saqueava a loja e a residência de Augusto Nunes de Aquino. Sabino se preparava para levar a mulher do comerciante, Dona Rosina Novaes, como refém. No momento de ser colocada em um cavalo e seguir com a turba encourada, Dona Rosina desabafou com o perigoso Sabino, comentando detalhes de sua procedência e a origem do seu nome de família, disse que se fosse na terra dela, em Floresta do navio em Pernambuco, isso não aconteceria. Sabino, ao escutar o relato da mulher, chamou o chefe na mesma hora.

Lampião descobriu, naquele longínquo lugarejo potiguar, estar diante de uma parenta de Elias e Emiliano Novaes, da cidade de Floresta, na época conhecida como Floresta do Navio, na mesma região do Pajeú. Emiliano Novaes era comerciante, membro de uma proeminente família, tido como amigo e coiteiro de Lampião.

Para muitos habitantes da região a situação na vila de Boa Esperança durante a invasão do bando, só não foi mais grave devido a Dona Rosina Novaes. Pelo fato dela possuir laços familiares com pessoas que Lampião respeitava e temia em Pernambuco, fez com que o ímpeto destrutivo do chefe em relação ao lugar fosse claramente abrandado.

Lampião era muito valente, mas era antes de tudo inteligente. Evidentemente, ele percebeu que, quando retornasse para Pernambuco trazendo consigo a responsabilidade por algo negativo, ocorrido a Dona Rosina Novaes, a temida e glorificada capacidade vingativa da família Novaes, se faria sentir contra ele e seu bando. O melhor era deixar aquela mulher em paz.

Diante da nova situação, o chefe refreou os ímpetos violentos, tanto dele, quanto do seu bando. Lampião chega ao ponto de se desculpar com Dona Rosina pelo ocorrido. Alegava desconhecer ser o lugar habitado por uma legítima representante do temido clã dos Novaes. Desfeito o “mal-entendido”, para Lampião o clima ficou mais tranquilo e ele chega a solicitar que Dona Rosina prepare algo para eles jantarem.

Mais adiante, tranquilamente sentado na mesa, mais para se justificar diante dos seus atos e do seu bando, o cangaceiro comenta “o porquê de estar nesta vida” – Comenta aos presentes estar naquela vida bandida como fruto das perseguições que sofria, destilou seu ódio contra a polícia e outras razões.

Diante da esperada respeitabilidade que Lampião passou a demonstrar por Dona Rosina e seu marido Augusto Nunes de Aquino, este último assume o papel de protetor dos habitantes de Boa Esperança.


Por volta das sete e meia da noite, o chefe prepara seu bando e seguem viagem.

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