Por Paulo George
Lampião e seu
bando seguindo para atacar Mossoró, chegando na Vila de Boa Esperança, Sabino o
braço direito de Lampião, saqueava a loja e a residência de Augusto Nunes de
Aquino. Sabino se preparava para levar a mulher do comerciante, Dona Rosina
Novaes, como refém. No momento de ser colocada em um cavalo e seguir com a
turba encourada, Dona Rosina desabafou com o perigoso Sabino, comentando
detalhes de sua procedência e a origem do seu nome de família, disse que se
fosse na terra dela, em Floresta do navio em Pernambuco, isso não aconteceria.
Sabino, ao escutar o relato da mulher, chamou o chefe na mesma hora.
Lampião
descobriu, naquele longínquo lugarejo potiguar, estar diante de uma parenta de
Elias e Emiliano Novaes, da cidade de Floresta, na época conhecida como
Floresta do Navio, na mesma região do Pajeú. Emiliano Novaes era comerciante,
membro de uma proeminente família, tido como amigo e coiteiro de Lampião.
Para muitos
habitantes da região a situação na vila de Boa Esperança durante a invasão do
bando, só não foi mais grave devido a Dona Rosina Novaes. Pelo fato dela
possuir laços familiares com pessoas que Lampião respeitava e temia em
Pernambuco, fez com que o ímpeto destrutivo do chefe em relação ao lugar fosse
claramente abrandado.
Lampião era
muito valente, mas era antes de tudo inteligente. Evidentemente, ele percebeu
que, quando retornasse para Pernambuco trazendo consigo a responsabilidade por
algo negativo, ocorrido a Dona Rosina Novaes, a temida e glorificada capacidade
vingativa da família Novaes, se faria sentir contra ele e seu bando. O melhor
era deixar aquela mulher em paz.
Diante da nova
situação, o chefe refreou os ímpetos violentos, tanto dele, quanto do seu
bando. Lampião chega ao ponto de se desculpar com Dona Rosina pelo ocorrido.
Alegava desconhecer ser o lugar habitado por uma legítima representante do
temido clã dos Novaes. Desfeito o “mal-entendido”, para Lampião o clima ficou
mais tranquilo e ele chega a solicitar que Dona Rosina prepare algo para eles
jantarem.
Mais adiante,
tranquilamente sentado na mesa, mais para se justificar diante dos seus atos e
do seu bando, o cangaceiro comenta “o porquê de estar nesta vida” – Comenta aos
presentes estar naquela vida bandida como fruto das perseguições que sofria,
destilou seu ódio contra a polícia e outras razões.
Diante da
esperada respeitabilidade que Lampião passou a demonstrar por Dona Rosina e seu
marido Augusto Nunes de Aquino, este último assume o papel de protetor dos
habitantes de Boa Esperança.
Por volta das
sete e meia da noite, o chefe prepara seu bando e seguem viagem.
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