Seguidores

segunda-feira, 14 de maio de 2018

COISAS DA MINHA TERRA

Por Junior Almeida

Como em todo lugar Capoeiras tem aquele pessoal que sempre que pode, ou mesmo sem poder, está de copo na mão fazendo uso do álcool. A terrinha tem seus "papudinhos", que são aquelas pessoas amantes de "marvada" cana que ultrapassam o limite do socialmente aceitável. Entre eles têm ainda os mais "profissionais", outros menos, mais sempre tem os que não deixam de tomar uns goles diariamente, seja pra passar o frio, pra espalhar o calor, afogar as mágoas ou comemorar.

Na cidade existiam dois desses entusiastas da cachaça. O primeiro, mais velho, tinha, por curiosidade, incorporado ao seu sobrenome o nome de um eletrodoméstico. Era cidadão respeitado e demorava algum tempo sem beber, mas quando resolvia encher a cara, era de fazer medo até alguém chegar perto, pois gostava de umas "imbuanças" que só por Deus. Vez por outra, quando ébrio, estava puxando faca ou dando tiro a esmo.


O outro namorado da cana, esse sim, campeão em vista do primeiro, profissional no ofício de tomar umas, bebia pra dormir e acordava pra beber. Era o famoso bebinho pé de balcão, que vivia a pedir a um e a outro para sustentar seu vício. Só bebia "simidão", que é: "se me dão eu bebo". Não era difícil encontrá-lo de cara arrebentada por ter caído depois de tanto beber. Já tava de pescoço fino, barriga grande, pé inchado e, como se diz na gíria etílica, perdendo o cromado, que nada mais é do que está com a pele descascando.

Esse profissional papudinho tinha nome de cidade, e eis que um dia pela manhã, ao passar em frente a um bar de Capoeiras, já aperuando quem pagasse uma pra ele, foi chamado pelo primeiro. Ele ainda não tinha tomado nada desde que acordara, e estava tremendo necessitando de uma boa dose. Imaginando tomar uma para calibrar os nervos, sem malícia nenhuma acompanhou o homem, que já estava pra "lá de Bagdá" na cachaça. Foi até a mesa dele no fundo do estabelecimento, onde já tinha algumas garrafas de cerveja vazias, assim como latinhas de Pitu, além de um grande prato de carne e salada, o tira gosto.

O bebinho animou-se. Chegou a se lamber, mas se assustou quando viu o homem que tinha lhe feito o convite sacar um revólver. Assustado e sem entender o que estava acontecendo, o papudinho só ouviu o homem falar:

-Ou você toma uma comigo ou eu atiro em você agora!

Demostrando muito temor (SQN) o bebinho retrucou:

-Não sou de beber, mas diante de uma ameaça dessa, vou tomar é logo um litro.

E olhando para o lado do dono do bar, gesticulou com a mão e disse:

-Traga!

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1505350446243456&set=a.103552366423278.7272.100003055456025&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário