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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

AMOR EM VERSO E PROSA

*Rangel Alves da Costa

Mesmo na solidão, a noite abre suas portas para amar o que já amei. É na saudade e na recordação que beija e abraça o meu coração.
Uma mulher em fotografia, apenas um papel com um lindo rosto e um belo sorriso. Ante tudo, se sou feliz não sei, mas o fiel retrato do que amei.
Beijos profundos e abraços profundos, Tudo tão profundo que jamais emergi para a realidade de não ter mais. E me afastar do não ter mais sou incapaz.
Deitar em seu colo e suas mãos me fazer cafuné, e me chamar de meu amor e docemente me beijar. E tanto dengo que eu parecia sonhar.
Tirar sua roupa e sentir seu calor. Nunca percebi bem a mulher, mas apenas a deusa nua. E assim tão meiga e tão minha, que a noite sorria sozinha.
Poucas palavras. Quase nenhuma. Ou falando tão baixinho que quase nada para ouvir. E o que dizer perante o beijo e abraço, enlaçado no mais terno laço?
Na canção o teu rosto. Na taça de vinho o teu rosto. Na janela aberta o teu rosto. Na bela paisagem o teu rosto. E a vontade de voar para te abraçar.
Sim, recordar também instantes sublimes de mãos dadas pela estrada, de beirais de flores e sombreados ao entardecer. E tudo faz pensar em você.
Transbordar como um poema de Whitman, sobre as folhas da relva ao entardecer. E do amor fazer poesia, e no amor a razão de ser.
Interessante as pequenas coisas que nos aconteceram. Eu já ouvia o teu olhar, eu já sabia o que dizia o teu gesto. Por isso tanto silenciei quando tanto te amei.
Mesmo ainda distante, eu já sentia a proximidade. Parecia ouvir os passos, sentir o perfume. E os meus olhos sorrindo pela porteira se abrindo.
Agora tudo já passado. Os braços separados, os abraços distanciados, os corpos desatados. Outono que vem e nós faz de refém.
Reféns de nós mesmos que deixamos esmorecer todo o amor sentido. E veio o vento e levou o que ainda nos restava de amor.
E por fim, o fim. Jardim sem jasmim, a cor sem cor no carmim. E o adeus ao que tão belamente existiu, para da solidão vencer seu desafio.
Mas depois que adormeço, mesmo assim eu não a esqueço. E ela vem assim em tão belo sonho que ser feliz suponho.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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