por Paulo Goethe
A violência praticada nos tempos de banditismo deu um novo sentido ao manejo das armas brancas para os criadores de galinhas, porcos, bodes e bois no Sertão. Ao invés de bicho, gente. A bibliografia do cangaço está cheia de relatos de pessoas – moradoras do Nordeste mais profundo – que foram marcadas a ferro quente, tiveram olhos, línguas, orelhas e pedaços de pele arrancados a canivete, chicoteadas até o desfalecimento ou cruelmente castradas. Em caso de sentença de morte, a vítima era “sangrada”.
A guerra declarada descambou para as cabeças cortadas, troféus macabros das volantes que acabariam nas páginas dos jornais. Uma destas cabeças, a do cangaceiro Santa Cruz, figurou no Diário de Pernambuco de 22 de abril de 1937.
A violência praticada nos tempos de banditismo deu um novo sentido ao manejo das armas brancas para os criadores de galinhas, porcos, bodes e bois no Sertão. Ao invés de bicho, gente. A bibliografia do cangaço está cheia de relatos de pessoas – moradoras do Nordeste mais profundo – que foram marcadas a ferro quente, tiveram olhos, línguas, orelhas e pedaços de pele arrancados a canivete, chicoteadas até o desfalecimento ou cruelmente castradas. Em caso de sentença de morte, a vítima era “sangrada”.
A guerra declarada descambou para as cabeças cortadas, troféus macabros das volantes que acabariam nas páginas dos jornais. Uma destas cabeças, a do cangaceiro Santa Cruz, figurou no Diário de Pernambuco de 22 de abril de 1937.
Em uma primeira página onde a manchete destacava as comemorações aos precursores da independência do Brasil (os inconfidentes mineiros), com direito à programação dos teatros recifenses e ao avanço da ciência – conferência mundial de rádio e a chegada do navio hidrográfico Jaceguay – Santa Cruz encarava o leitor com seus olhos abertos à custa de palitos. Sua cabeça sobre seus apetrechos lembrava que para além do litoral a realidade era outra.
O fim de Santa Cruz havia ocorrido no dia 14 de abril, no lugar de nome Araras, em Sergipe, à margem do Rio São Francisco, quando o grupo que integrava, liderado pelo cangaceiro José Moreno e formado por quatro homens e uma mulher, foi emboscado pela volante de 15 homens comandada pelo tenente José Rufino, cujo nome de batismo era José Osório de Farias, que antes de pegar em armas era um simples sanfoneiro das bandas do Pajeú pernambucano.
Santa Cruz teria sido abatido por um tiro de fuzil disparado pelo próprio José Rufino, que dizia na época já ter matado mais de dez cangaceiros. O corpo de Santa Cruz foi deixado no lugar e a cabeça levada para a cidade alagoana de Piranhas, onde teria sido fotografada.
De acordo com o texto na capa do Diario, o representante do jornal na cidade conseguiu a imagem que foi entregue na redação, no Recife, por um comerciante que estava de passagem em Piranhas, uma das muitas testemunhas do troféu macabro apresentado pela força policial em praça pública.
O Diario teceu elogios à coragem de José Rufino, “um homem que infunde respeito e medo aos asseclas de Lampião e ao próprio bandido, que o respeita e o teme”.
O fim de Santa Cruz havia ocorrido no dia 14 de abril, no lugar de nome Araras, em Sergipe, à margem do Rio São Francisco, quando o grupo que integrava, liderado pelo cangaceiro José Moreno e formado por quatro homens e uma mulher, foi emboscado pela volante de 15 homens comandada pelo tenente José Rufino, cujo nome de batismo era José Osório de Farias, que antes de pegar em armas era um simples sanfoneiro das bandas do Pajeú pernambucano.
Santa Cruz teria sido abatido por um tiro de fuzil disparado pelo próprio José Rufino, que dizia na época já ter matado mais de dez cangaceiros. O corpo de Santa Cruz foi deixado no lugar e a cabeça levada para a cidade alagoana de Piranhas, onde teria sido fotografada.
De acordo com o texto na capa do Diario, o representante do jornal na cidade conseguiu a imagem que foi entregue na redação, no Recife, por um comerciante que estava de passagem em Piranhas, uma das muitas testemunhas do troféu macabro apresentado pela força policial em praça pública.
O Diario teceu elogios à coragem de José Rufino, “um homem que infunde respeito e medo aos asseclas de Lampião e ao próprio bandido, que o respeita e o teme”.
Zé Rufino
Em 25 de maio de 1940, ele foi o responsável pela morte de Corisco, na Bahia. Era o fim oficial do cangaço. Com mais de 20 mortes no currículo, José Rufino tornou-se coronel da Polícia Militar baiana e virou fazendeiro em Jeremoabo (BA).
Pesquei no Diário de Pernambuco
Adendo: A foto da cabeça em questão está identificada por escrito na mesma como sendo do cabra Zepelim.
Todavia ambas as identificações (Jornal e foto) estão equivocadas. Em matéria anterior nós trouxemos a verdadeira identidade do cangaceiro sem corpo. Seria "Pavão".
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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