Por José
Mendes Pereira
Em Março de 1926 Lampião reúne-se pela última vez com a
sua família, em Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará. Identificação dos
familiares na foto. Em pé e da esquerda para a direita: Zé Paulo,
primo;Venâncio Ferreira, tio; Sebastião Paulo, primo; Ezequiel, irmão; João
Ferreira, irmão;
Pedro Queiroz, cunhado (casado com Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada);
Francisco Paulo, primo; Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica). Sentados: Antônio, irmão; Anália, irmã; Joaninha, cunhada (casada com João Ferreira); Maria Mocinha, ou Maria Queiroz ,irmã; Angélica, irmã e Lampião. Dos nove irmãos da família Ferreira, dois estão ausentes nesta foto: Levino, que morrera no ano anterior, 1925, no sítio Tenório, Flores do Pajeú/PE, em combate contra as volantes paraibanas dos sargentos Zé Guedes e Cícero Oliveira. E Virtuosa, que sinceramente não sei dizer se simplesmente não quis aparecer na foto ou já era falecida. Élise Jasmin afirma no seu CANGACEIROS, que esta foto foi feita por Lauro Cabral de Oliveira, que dividiu então com Pedro Maia, a fama de fazer as fotos de Lampião, bando e familiares em Juazeiro, Março de 1926.
Pedro Queiroz, cunhado (casado com Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada);
Francisco Paulo, primo; Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica). Sentados: Antônio, irmão; Anália, irmã; Joaninha, cunhada (casada com João Ferreira); Maria Mocinha, ou Maria Queiroz ,irmã; Angélica, irmã e Lampião. Dos nove irmãos da família Ferreira, dois estão ausentes nesta foto: Levino, que morrera no ano anterior, 1925, no sítio Tenório, Flores do Pajeú/PE, em combate contra as volantes paraibanas dos sargentos Zé Guedes e Cícero Oliveira. E Virtuosa, que sinceramente não sei dizer se simplesmente não quis aparecer na foto ou já era falecida. Élise Jasmin afirma no seu CANGACEIROS, que esta foto foi feita por Lauro Cabral de Oliveira, que dividiu então com Pedro Maia, a fama de fazer as fotos de Lampião, bando e familiares em Juazeiro, Março de 1926.
Diz o
piauiense da capital Teresina Dr. Leandro Cardoso Fernandes (fonte no final
desta página) que além de médico cardiologista é também cordelista,
escritor e pesquisador do cangaço, que muita gente não sabe que a família Ferreira
do perverso e sanguinário Lampião residiu na cidade do Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, entre
os anos de 1923 até 1927, apoiada pelo famoso religioso cratense padre Cícero
Romão Batista que era radicado lá.
Algumas
pessoas dizem que Lampião foi culpado pelas divergências surgidas entre o seu
primeiro inimigo que foi o senhor José Saturnino, mas nunca foi tão fácil
julgar Lampião, porque a gente não tem a real certeza quem começou primeiro o
ódio entre as duas famílias Ferreira e Saturnino.
Ainda diz o
escritor Leandro Cardoso que na segunda década do século XX, por duas vezes, a
família Ferreira foi obrigada a se mudar de onde residia para outras terras
estranhas, devido às provocações e perseguições feitas contra ela pelo seu vizinho
o José Saturnino.
A primeira
saída da sua terra natal que era Sítio Passagem das Pedras município de Vila
Bela que nos dias de hoje é Serra Talhada em Pernambuco, em obediência a uma
solicitação feita pelo coronel Cornélio Soares (também lá de Vila Bela) mudaram-se
para a Vila de Nazaré do Pico, também no Estado de Pernambuco. Mas parece que a
família Ferreira estando longe do seu inimigo, mesmo assim, ele continuava
tirando-lhe a tranquilidade, e desta vez, a família Ferreira foi obrigada a
abandonar Pernambuco o seu querido berço para residir em terras desconhecidas
em relação à moradia, firmando residência na cidade de Mata Grande em Alagoas.
Neste Estado a família Ferreira perdeu por completo a paz, e lá, o inferno
começou, porque primeiro faleceu dona Maria Sulena da Purificação a mãe dos
Ferreiras, de ataque cardíaco. Ela sentindo o desrespeito do seu vizinho com o
seu marido José Ferreira da Silva, o seu coração não aguentando, veio a falecer.
Mas não ficou só nisso. Dias depois, José Ferreira o pai dos Ferreiras foi
assassinado pelas armas do tenente José Lucena Maranhão.
No ano de 1922,
o célebre cangaceiro Sinhô Pereira resolveu abandonar o cangaço, e sendo
comandante de um grupo de cangaceiros, inclusive um deles era Virgolino
Ferreira da Silva que já era alcunhado de Lampião, e já assumido como
cangaceiro, recebeu das mãos do seu patrão a chefia do bando de facínoras,
porque o Sinhô Pereira estava tentando deixar o cangaço por motivo de saúde,
quando sentia fortes dores na coluna, e
estava com a intenção de fugir para o Estado de Goiás. Foi a partir daí que a
família Ferreira que não tinha mais condições de voltar as suas origens, vez
que os pais já tinham falecidos, procurou abrigo em Juazeiro do Norte, e é
aceito pelo padre Cícero Romão Batista.
João Ferreira
que era irmão de Lampião e que foi o único que não entrou para o cangaço, mas
afirmam alguns escritores que ele não entrou porque o irmão Lampião não deixou,
mas ele tentou algumas vezes para acompanhar os irmãos Lampião, Antonio e
Levino. E sempre que ele peitava Lampião para participar do cangaço, ele dizia:
“Vá cuidar dos nossos irmãos”, isto é, as irmães e principamente o Ezequiel que
ainda era muito jovem. E a partir daí, o João Ferreira juntamente com as irmãs conquistaram
a amizade do padre Cícero e se firmaram em Juazeiro do Norte de 1923 a 1927, com
as irmãs, cunhados, primos (os Paulos) e sobrinhos.
Quando Lampião
foi ao Juazeiro do Norte segundo informam os estudisos sobre cangaço, que ele
foi convidado pelo Padre Cícero para receber armamentos, munição e fardamentos
para combater a Coluna Prestes, mas há uma certa dúvida, inclusive eu já li,
mas não disponho da fonte no momento, sobre esta possível entrega de armas
feita ao cangaceiro Lampião pelo Padre Cícero, que ele não estava nem
satisfeito com a chegada do fanínora e seu bando, e teria dito em tom de
repúdio: “Agora vem este homem novamente para cá!”. Não sei se procede. Sabemos que a ideia de
armar Lampião e seu bando surgiu do deputado Floro Bartolomeu, que faleceu em
março no dia 8, dois dias após a chegada de Lampião e seu respeitado grupo de
marginais no Juazeiro do Norte.
Na edição do
jornal “A Ordem”, que pertencia ao Partido Republicano Sobralense, com data de 6 de janeiro de 1927, você pode comprovar
clicando no link no final desta página, há um relato sobre o episódio que diz o
seguinte:
“O Padre
Cícero falou longamente por ocasião de suas bênçãos sobre Lampião, descrevendo
os seus crimes e concitando as populações sertanejas a reagirem contra o
perigoso bandido. Aproveitou a ocasião para explicar os motivos pelos quais
Lampião já esteve em Juazeiro, protestando contra as acusações que lhe fazem os
seus inimigos, afirmando ser ele protetor de Lampião”.
A fonte desta
informação é do site Diário do Nordeste que você o encontrará no final desta
página. http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/visita-de-lampiao-a-padre-cicero-e-a-patente-da-discordia-1.1955221
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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