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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Santa Brígida, Pedro Batista e a Caravana Cariri Cangaço

Por: Manoel Severo

Ainda no quarto dia da Caravana Cariri Cangaço - GECC, após as visitas a Malhada da Caiçara, Casa de Dona Generosa e o Cemitério onde jazem os corpos dos pais de Maria Bonita; seguimos por entre as serras e em meio a caatinga brava de Paulo Afonso até Santa Brígida, terra emblemática de Pedro Batista e de nosso estimado confrade, escritor Alcivandes Santos.
Eram perto das 13 horas, com o sol alto depois de uma neblina refrescante; suspeita de inicio de inverno; quando entramos em Santa Brígida. Localizada no Nordeste do Estado da Bahia, na Microrregião de Paulo Afonso, o município fica à margem direita do Rio São Francisco numa distância de mais ou menos 30 km possui cerca de 18 mil habitantes. Sem perca de tempo nos dirigimos para a praça central onde se localiza a imagem e o Museu em homenagem ao Beato Pedro Batista.
Caravana Cariri Cangaço-GECC em Santa Brígida



Recorremos ao site oficial da Prefeitura de Santa Brígida para trazer um pouco mais da história de Pedro Batista, em http://www.santabrigida.ba.gov.br/
"Em 1942 peregrinava pelos Estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco um penitente de barba e cabelos grisalhos, pregando e curando, que se chamava Pedro Batista da Silva. Serviu o exército aos dezessete anos, sendo deslocado posteriormente para Foz do Iguaçu e Ponta Grossa , no Paraná. Após desligar-se do exército trabalhou como marinheiro e estivador nos portos do Rio de Janeiro, Santos e Paranaguá, onde se fixou e viveu como pescador. Uma "visão" fez regressar ao Nordeste, onde peregrinou até fixar-se em Santa Brígida com a permissão do Coronel João Sá que acompanhou a chegada dos romeiros até certificar-se de que o movimento não ameaçava se tornar uma nova Canudos. Em suas andanças Pedro Batista ficou famoso pela sua sabedoria em dar conselhos, efetuar curas e libertar pessoas de maus-espíritos.

Esta postura cativou os romeiros que via nele um representante de Deus. Pedro Batista não comentava com os romeiros sobre a sua vida, de onde veio, quem era seus pais ou se tinha irmãos, pouco interessava aos seus adeptos. Era como se ele não tivesse tido princípios de dias. Sua chegada a Santa Brígida ocorreu em 14 de junho de1945, tinha como objetivo formar a romaria e desenvolver a agricultura como meio de subsistência para as famílias que ali residiam. Correndo pelo sertão a notícia que o Beato Pedro Batista estava instalado em Santa Brígida, a gente que o conhecia de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, veio visitá-lo em romarias.
 Uns com o fito de se instalar ao pé do "Padrinho", outros traziam dinheiro para comprar terras ou alugá-las, pretendendo ali, viver atraídos pela crença, fé e pela ordem que faziam reinar em torno de si. A exemplo da saudosa Madrinha Dodô, que veio do povoado Moreira, no município de Água Branca, onde conheceu o Beato e resolveu acompanhá-lo por afinidade dos trabalhos comunitários de atendimento ao povo pobre e sofrido da região, tornando-se assim, a pessoa mais próxima do padrinho Pedro Batista. Madrinha Dodô, como era conhecida, foi a grande confidente e herdeira espiritual do Beato, passando a ser respeitada e enaltecida pelos romeiros, que viam nela a sabedoria e a caridade, comparando-a com a saudosa Irmã Dulce da Bahia.
O querido e saudoso Beato Padrinho Pedro Batista da Silva, veio a falecer aos oitenta anos, no dia 11 de novembro de 1967, sepultado no cemitério São Pedro em Santa Brígida - Bahia."

Manoel Severo


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