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quinta-feira, 28 de março de 2013

O Cangaço no Cinema Brasileiro.



Cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início  do século XX.  O  cangaço  tem  suas  origens  em  questões  sociais  e   fundiárias  do Nordeste  brasileiro,  caracterizando se  por  ações  violentas  de  grupos  ou  indivíduos isolados:  assaltavam  fazendas,  sequestravam  coronéis  (grandes  fazendeiros)  e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo. Os  cangaceiros  conheciam  a caatinga e  o  território nordestino muito  bem,  e    por  isso era  tão  difícil  serem  capturados  pelas  autoridades.  Estavam  sempre  preparados  para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso. Consta que o primeiro cangaceiro teria sido o "Cabeleira" (José Gomes), líder nascido em Glória do Goitá - cidade da zona da mata pernambucana - em 1751, que aterrorizou a região, inclusive, Recife. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com "Antônio Silvino”, "Lampião" e "Corisco O  cangaceiro  mais  famoso  foi  Virgulino  Ferreira  da  Silva,  o  Lampião, denominado  Senhor do Sertão" e também "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro. O Nordeste sempre teve uma forte presença na cultura brasileira em todos os ramos da arte, e no cinema não poderia ser diferente. Se os americanos possuem seus westerns imortalizados pela figura do cowboy, o Nordeste do Brasil possui os cangaceiros, tema que há muito tempo faz parte do cenário cinematográfico brasileiro, tendo se tornado um gênero bastante singular no cinema nacional, conhecido como a "versão tropical do western americano".O cangaço foi retratado no cinema brasileiro em várias épocas e de diversas formas. Desde a década de 20 a temática fascina cineastas e espectadores. Até o momento, há cerca de 50 filmes sobre o assunto, entre curtas, médias e longas-metragens, documentários e ficções.

OS PRIMÓRDIOS-

1925 - Filho sem Mãe - Tancredo SEABRA. (Filme Desaparecido)- 
1926 - Sangue de Irmão - Jota Soares. (Filme Desaparecido)- 
1927 - Lampião: o Banditismo no Nordeste - Autor Desconhecido. (Filme Desaparecido)- 
1930 - Lampião, a Fera do Nordeste - Guilherme Gáudio. (Filme Desaparecido)-
1936 - Lampião, o Rei do Cangaço - Benjamin Abrahão Lampião, o Rei do Cangaço é, certamente, o filme mais importante desse período e um dos mais significativos para o   gênero, sendo um documento chave para a compreensão   antropológica do cangaço e um registro histórico no cinema   brasileiro.

 “NORDESTERN”-

1950 - Lampião, o Rei do Cangaço - Fouad Anderaos. (Filme Desaparecido)-
1953 - O Cangaceiro - Lima Barreto.- 
1960 - A Morte Comanda o Cangaço - Carlos Coimbra.- 
1962 - Três Cabras de Lampião - Aurélio Teixeira.- 
1962 - Nordeste Sangrento - Wilson Silva.- 
1962 - Lampião, o Rei do Cangaço - Carlos Coimbra.- 
1963 - O Cabeleira - Milton Amaral. (Filme Desaparecido)- 
1965 - Entre o Amor e o Cangaço - Aurélio Teixeira. (Filme Desaparecido)- 
1966 - Riacho do Sangue - Fernando de Barros.- 
1967 - Cangaceiros de Lampião - Carlos Coimbra.- 
1968 - Maria Bonita, Rainha do Cangaço - Miguel Borges. (Filme Desaparecido)
1969 - O Cangaceiro Sanguinário - Osvaldo de Oliveira. (Boca do Lixo)- 
1969 - O Cangaceiro sem Deus - Osvaldo de Oliveira. (Boca do Lixo)- 
1969 - Meu Nome é Lampião - Mozael Silveira.- 
1969 - Corisco, o Diabo Loiro - Carlos Coimbra.- 
1969 - Quelé do Pajeú - Anselmo Duarte. (Filme Desaparecido)- 
1970 - A Vingança dos Doze - Marcos Faria.- 
1971 - Faustão - Eduardo Coutinho.- 
1971 - O Último Cangaceiro - Carlos Mergulhão. (Filme Desaparecido)- 
1972 - Jesuíno Brilhante, o Cangaceiro - William Cobbett.- 
1974 - O Leão do Norte - Carlos Del Pino. (Filme Desaparecido)- 
1978 - Os Cangaceiros do Vale da Morte - Apollo Monteiro. (Filme Desaparecido)- 
1980 - O Cangaceiro do Diabo - Tião Valadares.

COMÉDIAS- 

1955 - O Primo do Cangaceiro - Mário Brasini.- 
1961 - Os Três Cangaceiros - Victor Lima.- 
1963 - O Lamparina - Glauco Mirko Laurelli.- 
1969 - Deu a Louca no Cangaço - Nelson Teixeira Mendes/Fauzi Mansur. (Filme Desaparecido)-
1977 - Pedro Bó, o Caçador de Cangaceiros - Mozael Silveira.- 
1983 - O Cangaceiro Trapalhão - Daniel Filho.

PORNOCHANCHADAS

 1974 - As Cangaceiras Eróticas - Roberto Mauro. (Pornochanchada)- 
1976 - A Ilha das Cangaceiras Virgens - Roberto Mauro. (Pornochanchada)- 
1976 - Kung-fu contra as Bonecas - Adriano Stuart. (Pornochanchada)- 

 DOCUMENTÁRIOS-

1959 - Lampião (o Rei do Cangaço) - Al Ghiu.-
1964 - Memória do Cangaço - Paulo Gil Soares.- 
1975 - O Último Dia de Lampião - Maurice Capovilla. (Docudrama)- 
1976 - A Mulher no Cangaço - Hermano Penna. (Docudrama)- 
1977 - No Raso da Catarina - Hermano Penna. (Docudrama) (FilmeDesaparecido)- 
1982 - A Musa do Cangaço - José Umberto Dias. (Curta)

CINEMA NOVO O CANGAÇO DE GLAUBER ROCHA

1964 - Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha.- 
1969 - O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro - Glauber Rocha.

CINEMA RETOMADA (releituras)

1994 – A Cidade de 4 Torres – Alberto Sales. Curta que faz referencia a derrota de Lampião em Mossoró, a 13 de junho de 1927.
1996 - Corisco e Dadá - Rosemberg Cariry.
1997 - Baile Perfumado - Paulo Caldas/Lírio Ferreira.
1997 - O Cangaceiro - Aníbal Massaíni Neto O filme foi gravado no  Vargem Grande do Sul,  povoado de Pão de Açúcar,  interior do estado de  município de Poção no  São Paulo.  a paisagem da  cidade se parecia muito  com a nordestina FICHA TÉCNICA Título Original: O Cangaceiro - Diretor: Lima Barreto Gênero: Aventura - Elenco: Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton  Tempo de Duração: 110min. Ribeiro, Vanja Orico, Ricardo Campos, Galileu  Ano de Lançamento (Brasil): 1997Garcia, João Batista Giotto Direção: Anibal Massaini Neto Produção: Aníbal Massaini Netto Argumento: Lima Barreto Roteiro: Lima Barreto, Raquel de Queiroz  Roteiro: Antônio Carlos Fontoura(diálogos) Adaptação: Galileu Garcia, Anthony Foutz e Carlos Fotografia: Chick Fowle CoimbraTrilha Sonora: Gabriel Migliori Produção: Anibal Massaini Neto Duração: 105 min. Produtor Associado: Alexandre Adamiu Ano: 1953 Direção de Produção: Ary Fernandes País: Brasil Co-produção: Cinearte Produções Cinematográficas e Gênero: Drama Ramona Constellacion e Film Company Cor: Preto e Branco Vicente Salvia Distribuidora: Columbia Pictures Sonografia: Juarez Dagoberto da CostaEstúdio: Companhia Cinematográfica Vera Cruz Fotografia: Cláudio Portiolli Direção Artística: Carybé Maquiagem: Victor Merinow Montagem: Luiz Elias

BIBLIOGRAFIA: 
·         
 CAETANO, Maria do Rosário. Cangaço: o Nordestern do cinema brasileiro. Brasília: Avatar Soluções Gráficas, 2005.
GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema: Trajetória e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
         MIRANDA, Luiz Felipe e RAMOS, Fernão - Enciclopédia do Cinema
·         OLIVEIRA, Adriano Messias de. O cangaço no Brasileiro. São Paulo: Senac, 2004.cinema brasileiro dos anos 90: um certo olhar sobre nossa identidade cultural. Belo Horizonte: UFMG, 2001 (História, Dissertação de mestrado).
         QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Os cangaceiros. São Paulo: Duas Cidades, 1977.
        SOUZA, Marcelo Dídimo. O Cangaço no Cinema Brasileiro. São Paulo: UNICAMP, 2007 (Instituto de Artes, Tese de doutorado em Multimeios). :VIANA, Nildo  Jornal Opção, 19 jul. 2006. Disponível em: 28/06/2010. 

Enviado pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
 Kydelmir Dantas
http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

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