Por Ane Ranzan
Tenente João
Bezerra - o homem que conseguiu matar Lampião
Amigo Manoel
Severo, saudações atrasadas. Um belo dia você bateu à porta do nosso
coração e se instalou. Às vezes buscamos entender de que forma essa conexão é
estabelecida e não temos explicação. Fica a presença marcante e a essência em
nós.
Hoje, alguns
anos depois percebemos que o destino, o universo o colocou em nosso caminho
para ser um ELO forte entre muitas pessoas, de forma humilde, de maneira
discreta, com total desapego, mas com tal dignidade como um canoeiro que nos
conduz na travessia de uma caminho desconhecido, mas que deve ser trilhado.
Houve uma
doação de esperanças, de sonhos, de revelações e de tempo.
E o tempo foi
passando e com ele, sempre a certeza de que tudo vem em seu momento,
dentro do prazo estabelecido por Deus. Diante de sua filosofia de vida,
que nós, daqui e calados, observamos e percebemos que se trata de um ser humano
e batalhador, que não aceita pensar que sabe o bastante, e nesse
contexto, o conhecimento e a incansável busca pelo aprimoramento, ganha cada
vez maisimportância nos nossos corações. É fácil entender alguém que se
solidariza com os Cavaleiros da Cultura.
Ane Ranzan e
Paulo Britto
E ao olhar
para trás amigo Manoel Severo, vemos um pequeno caminho trilhado, e muito mais
a trilhar, onde nos permite muitos esclarecimentos, talvez você esteja pensando
estar contribuindo minimamente, mas tenha a certeza que não é.
A figura do
Coronel João Bezerra passou a ser mais conhecida depois do seu blog “Cariri
Cangaço”.Quem conheceu o militar em questão, sabe que sua atuação foi bastante
sofrida, com muitas dificuldades, muitas artimanhas e muitos percalços. Afinal,
passar 12 anos no encalço dos cangaceiros, por entre as caatingas e o sertão,
debaixo de um sol escaldante, não deve ter sido tarefa fácil, mas temos que
concordar que foi uma atuação primorosa e que tudo valeu a pena diante do
desfecho de mais essa missão, encerrada em 28 de julho de 1938, na Grota do
Angico, em Sergipe, onde morreram Maria Bonita, Lampião e mais 09 cangaceiros.
Em 1938,
quando do histórico combate com Lampião e seu bando:
João Bezerra à
frente de seus comandados
Já era
tenente; havia sido prefeito interventor da cidade de Piranhas em Alagoas;
havia passado 12 anos no encalço dos cangaceiros; Já havia tido 11
combates – com grupos chefiados por: Luiz Pedro do Retiro, Corisco, Gato,
Zé Baiano, Português, Manoel Moreno, Moita Brava e Lampião; Já havia
sido nomeado por 08 vezes delegado em diversas cidades de
Alagoas; Já havia participado de 03 Revoluções fora do Estado –
1925, 1930 e 1932; E nos apontamentos de sua carreira militar, já havia
recebido muitos elogios dos seus superiores e participado de várias missões de
realce. Portanto em 1938, em sua carreira militar, já tinha uma folha de prestação
de serviços invejável.
Muitos
pensaram que o Coronel João Bezerra ficaria estigmatizado com o tal combate de
Angico/SE, que sempre seria lembrado apenas como o militar/tenente sortudo, que
deu cabo ao grupo de cangaceiros liderado por Lampião, porque, afinal, este
combate lhe deu projeção para o mundo. Puro engano, ele continuou sua
trajetória de vida militar até 04/11/1955 quando aposentou-se, como
coronel. Depois do histórico combate em 1938, sua carreira militar
continuou, galgando as graduações de: Capitão, Major, Tenente Coronel e
Coronel, grau supremo da instituição policial militar, quando de sua
aposentadoria; teve 19 nomeações de comando e 4 nomeações de delegado.
E, diga-se de
passagem, teve uma vida intensa. Uma luta por honra, por dever, mas também por
amor a sua carreira de militar determinado, estrategista e
predestinado. Conclusão, para que alguém tenha tal conceito e evolução em
sua carreira profissional dentro de uma corporação é necessário que tenha uma
conduta ilibada e digna de enaltecimentos. Faleceu na cidade Garanhuns -
PE , em 04 de dezembro de 1970 e sepultado, com honras militares, em Maceió -
AL, no Mausoléu da Maçonaria, na qual alcançou o grau 18.
E no final de
2013/começo de 2014, conseguimos um grande feito. Reeditar – a 4ª Edição do
livro “Como dei cabo de Lampeão”, uma obra muito cobrada e esperada, escrita
por ele, como Capitão, logo após o histórico combate de Angico em Sergipe. Que
inclui um Artigo belíssimo do Dr. Frederico Pernambucano de Melo, escrito para
a 3ª edição e mantido nesta 4ª. Esta 4ª edição pode ser encontrada na
Livraria Cultura – Lojas de Recife e site, na Livraria Jaqueira em Recife e com
nosso querido amigo Professor Pereira, através do email franpelima@bol.com.br ou telefones
83 35317352 e 83 99118286.
Portanto amigo
Manoel Severo, receba o nosso MUITO OBRIGADO, o agradecimento de coração de uma
família que jamais esquecerá o cidadão que busca a verdade e o esclarecimento
dos fatos.
Ane Ranzan
Família Ranzan
de Britto
Recife, 12 de
maio de 2014
NOTA CARIRI
CANGAÇO: Ane Ranzan é esposa de Paulo Britto, nora do coronel João Bezerra.
http://cariricangaco.blogspot.com.br/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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