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terça-feira, 26 de maio de 2015

APAGANDO AS LUZES

Por Caio César Muniz

É com uma tristeza imensa em meu peito que me despeço da Fundação Vingt-un Rosado enquanto seu funcionário. Lá se vão quatorze anos de um trabalho que se tornou mais que um emprego, tornou-se uma causa.
Saio de cabeça erguida, creio que cumpri com minhas obrigações a contento. Vivi dias de muito saber ao lado de Vingt-un. Fui contratado para digitar um livro, apenas um e nunca mais parei, tornei-me seu auxiliar naturalmente, seu "ouvido esquerdo", como diriam alguns. Na sua partida em dezembro de 2005, eu jurava por Deus que teríamos condições de ir muito mais além, e fomos.

Hoje, quase dez anos após a sua partida, vejo a Fundação "suspender" suas atividades por tempo indeterminado. Uma forma respeitosa da diretoria para não fechar de vez as portas da entidade. Conseguimos viver dez anos sem Vingt-un. É muita coisa para nós, que somos tão pequenos diante dele.
  
Dr. Jerônimo Vingt-un Rosado Maia - Obrigado Caio César Muniz, pelo bom trabalho que você fez em prol da minha fundação. Se eu ainda estivesse aí, estas luzes não se apagariam.

Vingt-un foi uma espécie de faculdade para mim. Aprendi mais com ele sobre a história do Rio Grande do Norte do que com qualquer outra universidade do mundo. Sou muito grato por isto. Ganhei muito em conhecê-lo. Sou um privilegiado.

Neste tempo, consegui aprovar e executar alguns trabalhos dos quais me orgulho: quatro etapas do Rota Batida junto à Lei Câmara Cascudo e o Acervo Virtual Oswaldo Lamartine em três etapas junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O acervo, infelizmente, devido às dificuldades dos últimos três anos, foi desativado.

Não abandonei o barco. A minha dispensa é de comum acordo, para o bem da Fundação neste momento de tanta insensibilidade para com as coisas da cultura. Estive (e sempre estarei) pronto para ajudar. Fui ontem, sou hoje e sempre serei um soldado de Vingt-un. Muito obrigado a ele, que neste momento, tenho certeza, também sente muito em ver seu legado definhando a cada dia. Que saiam todos, eu apago as luzes.

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

2 comentários:

  1. Anônimo12:34:00

    Caro pesquisador Mendes: Quando uma casa de cultura é fechada, o prejuízo é para toda a Sociedade. Resido muito distante de Mossoró, mas lamento o fechamento da referida Instituição. Uma Instituição criada por uma figura séria. Creio ainda que as autoridades Mossoroenses irão rever a situação e não deixar que ela fechem as suas portas.
    Grato,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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  2. Como mossoroense, hoje, ,residente em Cruz/CE, fiquei comovido com esta reportagem sobre o fechamento da Fundação Vingt-um Rosado, pois é um atentado contra a cultura potyguar. Aonde estão as autoridades de Mossoró? Será que o poder público só tem dinheiro,para gastar com o menos importante? Dr. Lima. Amigo de Vingt-um formado pela ESAM.

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