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terça-feira, 8 de outubro de 2019

GIULIA TOFANA, A ASSASSINA DE MARIDOS (1600-1659)


Se você pensa que Elizabeth Bathory ou Aileen Wuornos foram as maiores assassinas em série da história está equivocado. A partir de agora vamos lhe apresentar a história de uma envenenadora italiana chamada Giulia Tofana, que viveu no século XVII, e que é considerada por muitos pesquisadores como a assassina feminina mais prolífica da história.

As mulheres ao longo da história tiveram pouco controle sobre suas vidas. Apesar de algumas figuras terem se destacado ao longo dos séculos, de modo geral, as mulheres tinham muito pouco poder financeiro, social ou político.

As filhas da nobreza eram tratadas como propriedade por seus pais e maridos, seu casamento era usado para intermediar negócios ou selar alianças políticas. Enquanto isso, as mulheres de classes mais baixas estavam frequentemente presas em casamentos abusivos e sem amor.

Embora o homem também estivesse submetido aos mesmos ditames sociais, podemos sem sombra de dúvida afirmar que a situação feminina neste contexto era mais delicada e sujeita a vulnerabilidade.

Como já citamos, as mulheres eram primeiro propriedade de seus pais e depois de seus maridos. Em segundo lugar, porque se um marido maltratava sua esposa, abusava dela tanto psicológica, sexual ou fisicamente, a mantinha na pobreza, a prostituía ou a colocava em risco com gravidezes constantes, não havia divórcio e nenhuma proteção legal.

A única maneira de uma mulher se livrar de um casamento ruim era a viuvez. E foi justamente essa situação que possibilitou que Giulia Tofana se tornasse provavelmente a assassina mais prolífica da história. Temos poucas informações confiáveis sobre essa enigmática personagem.

Nascida em Palermo, na Itália, por volta de 1600 ou 1620, Giulia Tofana foi descrita muito bonita, assim como sua mãe Thofania d’Adamo, que foi executada em julho de 1633 por matar o marido. Seria a mãe de Giulia vítima de abusos do marido? Porque ela o matou? Não sabemos, mas isso pode nós dar um vislumbre das ideias e conceitos que permeariam a mente de Giulia.

Afirma-se que Giulia passou muito tempo em companhia de farmacêuticos, e esteve presente quando estes elaboravam suas poções. Ela provavelmente aprendeu suas primeiras lições com os mesmos, mas também podemos cogitar a possibilidade da maior parte dos conhecimentos de Giulia advirem de sua mãe.

O que se sabe é que Giulia tornou-se uma envenenadora profissional, ajudando mulheres infelizes a obter “divórcios” precoces. Não sabemos quando ela abriu o seu “negócio” exatamente, mas de acordo com sua confissão, isso aconteceu em 1633 e ela logo adquiriu uma grande clientela. Enquanto a maioria das mulheres permanecia em silêncio diante de injustiças e abusos, nem todas as mulheres toleraram tal situação.

E Giulia oferecia uma saída, por mais controversa que fosse. Ela concedia liberdade por assassinato com Aqua Tofana – um veneno indetectável que matava e mata até hoje o homem mais robusto. Sua composição exata é desconhecida, mas sabe-se que o arsênico, a beladona e o chumbo eram componentes da mistura; ingredientes que também eram usados nos cosméticos da época.

Dizia-se que a mistura não tinha odor, cheiro ou sabor, o que tornava o envenenamento muito difícil de ser detectado, tanto em vida quanto em morte. Sendo assim, era muito fácil para uma esposa infeliz depositar a mistura na bebida ou comida do marido. Posteriormente poder-se-ia alegar um mal súbito.

Giulia distribuiu o seu “produto” de duas formas: disfarçado de maquiagem em pó ou escondido em pequenos frascos exibindo imagens de Nicolau de Mira.

Giulia praticou seu ofício furtivamente por décadas, mas precisamente entre os anos de 1633 e 1651. Ela viveu em Palermo, depois em Nápoles e finalmente em Roma. Durante esse período, ao lado de sua filha, Girolama Spera, calcula-se que ela teria sido responsável indiretamente pelo assassinato de mais de 600 homens.

Mas tudo veio por água abaixo no ano de 1659, quando as atividades de Giulia acabaram sendo descobertas, graças à indecisão de uma cliente. A mulher em questão impediu que o marido ingerisse uma sopa envenenada. O homem desconfiado exigiu saber o porquê. Ela então revelou todos os detalhes de sua trama, incluindo o nome de seu fornecedor.

A revelação logo chegou aos ouvidos das autoridades. Logo, a notícia se espalhou por todo o país. Uma caçada humana se seguiu. Giulia teria se escondido em uma igreja clamando santuário, mas logo os cidadãos de Roma invadiram o local a arrastando para longe. Eram motivados pelo boato de que ela havia envenenado a água dos rios e poços.

Giulia Tofana confessou sob tortura, realizada pelas autoridades papais, ter matado cerca de 600 homens no período de 18 anos entre 1633 e 1651. Ela também forneceu os nomes de seus clientes e colaboradores. O caso foi um verdadeiro escândalo na época.

Giulia Tofana e sua filha, juntamente com sua equipe de funcionários, foram executadas em julho de 1659 no Campo de Fior. Alega-se que seu corpo teria sido devolvido para a igreja que a abrigou.

Alguns dos que ela nomeou conseguiram fugir, mas muitos foram capturados e executados. Os mais influentes e mais ricos foram silenciosamente mortos na prisão ou se livraram das acusações mediante suborno. Muitos fingiram ignorância sobre o veneno, alegando que compraram pensando tratar-se de um cosmético. Os menos sortudos, ricos ou inteligentes foram enforcados ou encerrados nas masmorras do Palazzo Pucci.

Embora a maioria das pessoas discordem do fato de Giulia e suas clientes usarem o assassinato como única opção de se livrarem de companheiros abusivos e seguir em frente, as mesmas reconhecem que suas ações criminosas tinha o intuito de melhorar suas condições de vida. No entanto, outros vão mais além elevando Giulia Tofana ao status de heróina e justiceira. Qual é a sua opinião sobre o caso? Deixe nos comentários!

Este artigo foi redigido por Fernanda da Silva Flores

A autora permite a livre divulgação deste texto e a tradução integral ou parcial do mesmo, sem alterações ou falsificações, para outras línguas desde que seja citada a fonte e a autoria.

Aviso:

Este artigo foi escrito da maneira mais isenta possível, de acordo com as informações coletadas de nossas fontes, que estão compiladas logo abaixo. Se deseja saber mais sobre o tema abordado aconselhamos que você pesquise mais a fundo. Não defendemos ideologias ou posicionamentos políticos em nossos trabalhos. Somos a favor de um trabalho ético e transparente para com os nossos leitores e seguidores. Se deseja entrar em contato envie um e-mail para: asrainhasmalditas@gmail.com. Você será respondido o mais breve possível.

Revisão textual de Wesley Oliveira Lima.

Fonte:

HARVEY, Ian. The Most Prolific Female Assassin in History. Disponível em: <https://www.thevintagenews.com/2018/10/22/giulia-tofana/>. Acesso em: 2. out. 2019.

TILSTRA, Elisabeth. The Deadly Elixir of Giulia Tofana. Disponível em: <https://the-line-up.com/giulia-tofana>. Acesso em: 2. out. 2019.

Giulia Tofana Poisoned 600 Men – Beautiful Sicilian Woman And Her Deadly Mission. Disponível em: <http://www.ancientpages.com/2018/02/22/gulia-tofana-poisoned-600-men-beautiful-sicilian-woman-deadly-mission/>. Acesso em: 2. out. 2019.


Extraído do blog saiba história do do professor AdinalzirLamego.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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