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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A VINGANÇA DA FERRAÇÃO DE MARCAR BOI.


Por João Filho de Paula Pessoa

Em incerto tempo, o Cangaceiro Zé Baiano teve sua mãe espancada, torturada e desfigurada pelos volantes liderados pelo soldado Vicente Marques, para denunciar onde se encontravam os cangaceiros, fato que não o fez. 

No início de 1932, por ocasião da passagem do bando de Lampião por Canindé/SE, onde morava a família Marques, Zé Baiano recebeu o aval de seu Capitão para vingar a tortura sofrida por sua mãe. Assim, na invasão à Canindé/SE, Zé Baiano procurou pelo soldado Vicente Marques, como este não se encontrava na cidade pegou sua irmã, Maria Marques, e com a intenção de deixá-la também marcada para a vida toda, mandou um morador que era vaqueiro do Cel. João Brito, pegar um ferro de marcar boi, que, na pressa, pegou o primeiro ferro que encontrou e entregou ao cangaceiro, que pôs-lo no fogo para marcar a irmã do soldado. 


Ao ferrar Maria Marques no rosto percebeu que tinha ficado as iniciais JB em sua face, coincidentemente as mesmas de José Baiano. Ferrou ainda suas nádegas e mais duas mulheres ligadas ao soldado torturador, totalizando três mulheres ferradas na face. 

Após este ataque, Zé Baiano levou consigo o ferro com suas iniciais e a fama de Cangaceiro Ferrador, muito embora não haja registros de nenhuma outra ferração praticada por ele em outras mulheres, sendo certo que houve outras ferrações por outros cangaceiros pelos sertões do Nordeste. 

Dois anos após este fato, em 1934, novo evento de violência contra a mulher reacende sua fama de mal, quando este, ao ser traído, matou tragicamente sua amada Lídia. 

(João Filho de Paula Pessoa/Fortaleza/Ce.) 09/12/2019.


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