Virgolino
Ferreira da Silva era o terceiro dos muitos filhos de José Ferreira da Silva e
de Maria Lopes. Nasceu em 1898, como consta em sua certidão de batismo, e não
em 1897, como citado de várias obras.
Outro batismo
de Lampião: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-BW3Y-N?from=lynx1U...
A família
Ferreira formou-se na seguinte sequência, por datas de nascimento:
1895 - Antonio
Ferreira dos Santos
1896 - Livino
Ferreira da Silva
1898 -
Virgolino Ferreira da Silva
???? -
Virtuosa Ferreira
1902 - João
Ferreira dos Santos
???? -
Angélica Ferreira
1908 -
Ezequiel Ferreira
1910 - Maria
Ferreira (conhecida como Mocinha)
1912 - Anália
Ferreira
Todos os
filhos do casal nasceram no sítio Passagem das Pedras, pedaço de terras
desmembrado da fazenda Ingazeira, às margens do Riacho São Domingos, no
município de Vila Bela, atualmente Serra Talhada, no Estado de Pernambuco.
Esse sítio
ficava a uns 200 metros da casa de dona Jacosa Vieira do Nascimento e Manoel
Pedro Lopes, avós maternos de Virgolino. Por causa dessa proximidade Virgolino
residiu com eles durante grande parte de sua infância. Seus avós paternos eram
Antonio Ferreira dos Santos Barros e Maria Francisca da Chaga, que residiam no
sítio Baixa Verde, na região de Triunfo, em Pernambuco.
A infância de
Virgolino transcorreu normalmente, em nada diferente das outras crianças que
com ele conviviam. Todas as informações disponíveis levam a crer que as
brincadeiras de Virgolino com seus irmãos e amigos de infância eram nadar no
Riacho São Domingos e atirar com o bodoque,
Um arco para
bolas de barro. Também brincavam de cangaceiros e volantes, como todos os
outros meninos da época, imitando, na fantasia, a realidade do que viam à sua
volta, "enfrentando-se" na caatinga. Em outras palavras, brincavam de
"mocinho e bandido", como faziam as crianças nas outras regiões mais
desenvolvidas do país.
Foi
alfabetizado por Domingos Soriano e Justino de Nenéu, juntamente com outros
meninos. Freqüentou as aulas por apenas três meses, tempo suficiente para que
aprendesse as primeiras letras e pudesse, pelo menos, escrever e responder
cartas, o que já era mais instrução do que muitos conseguiam durante toda sua
vida, naquelas circunstâncias.
O sustento da
família vinha do criatório e da roça em que trabalhavam seu pai e os irmãos
mais velhos, e da almocrevaria. O trabalho de almocreve estava mais a cargo de
Livino e de Virgolino, e consistia em transportar mercadorias de terceiros no
lombo de uma tropa de burros de propriedade da família.
Os trajetos
variavam bastante, mas de forma geral iniciavam-se no ponto final da Great
Western, estrada de ferro que ligava Recife a Rio Branco, hoje chamada
Arcoverde, em Pernambuco. Ali recolhiam as mercadorias a serem distribuídas
pelos locais designados por seus contratantes, em diversas vilas e lugarejos do
sertão. Esse conhecimento precoce dos caminhos do sertão foi, sem dúvida, muito
valioso para o cangaceiro Lampião, alguns anos mais tarde.
Por duas vezes
Virgolino acompanhou a tropa até o sertão da Bahia, mais exatamente até as
cidades de Uauá e Monte Santo. Nesta última havia um depósito de peles de
caprinos que eram, de tempos em tempos, enviadas pelo responsável, Salustiano
de Andrade, para a Pedra de Delmiro, em Alagoas, para processamento e
exportação para a Europa.
Esta
informação nos foi prestada por dona Maria Corrêa, residente em Monte Santo,
Bahia. Dona Maria Corrêa, mais conhecida como Maria do Lúcio, exercia a
profissão de parteira e declarou-nos que, quando jovem, conheceu Virgolino
Ferreira durante uma de suas visitas ao depósito de peles.
Como
curiosidade e melhor identificação, dona Maria Corrêa é a parteira que foi
condecorada pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira ao completar
mil partos realizados com sucesso.
É bom frisar
que as peles caprinas não eram compradas pelos Ferreira, apenas transportadas
por eles, num serviço semelhante ao do frete rodoviário dos dias atuais.
Em quase todas
suas viagens os irmãos tinham a companhia de Zé Dandão, indivíduo que conviveu
durante muito tempo com a família Ferreira.
Nossas
pesquisas na região comprovaram, através de diversos depoimentos pessoais, que
José Ferreira, o patriarca da família, era pessoa pacata, trabalhadora, ordeira
e de ótima índole, do tipo que evita ao máximo qualquer desentendimento.
Esses
depoimentos positivos merecem especial atenção e ainda maior credibilidade por
terem sido prestados por pessoas inimigas da família. Apesar da inimizade
preferiram contar a verdade a denegrir gratuitamente o nome de José Ferreira.
A mãe de
Virgolino já era um pouco diferente, mais realista em relação ao ambiente em
que viviam. De maneira geral todos os entrevistados declararam que José
Ferreira desarmava os filhos na porta da frente e dona Maria os armava na porta
de trás dizendo:
- Filho meu
não é para ser guardado no caritó. Não criei filho para ser desmoralizado.
Cronologia de
José Ferreira dos Santos
1872 |
1872 |
Birth
of José Ferreira dos Santos Santa Cruz
Da Baixa Verde, Santa Cruz da Baixa Verde, PE, Brazil (Brasil) |
|
1895 |
15 Julho
1895 |
Serra
Talhada, PE, Brazil (Brasil) |
|
1896 |
7 Novembro
1896 |
Serra
Talhada, PE, Brazil (Brasil) |
|
1897 |
7 Julho 1897 |
Serra
Talhada, Serra Talhada, Pernambuco, Brazil (Brasil) |
|
1902 |
24 junho
1902 |
Birth
of João Ferreira da Silva Serra
Talhada, PE, Brazil (Brasil) |
|
1904 |
1904 |
Serra
Talhada, PE, Brazil (Brasil) |
|
1906 |
8 Janeiro
1906 |
Birth
of Maria Ferreira Queiroz Vila Bela,
Serra Talhada, Serra Talhada, PE, Brazil (Brasil) |
|
1909 |
1909 |
AL, Brazil
(Brasil) https://www.geni.com/people/Jos%C3%A9-Ferreira-dos-Santos/6000000047712070821 http://blogdomendesemendes.blogspot.com |
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