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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

SÓ COMO ARQUIVO EM NOSSO BLOG - HOJE NA HISTÓRIA: 1938 - HITLER ANUNCIA A ANEXAÇÃO DA ÁUSTRIA PELA ALEMANHA NAZISTA

 Por Max Altman São Paulo (Brasil)

Wikimedia - Momento em que os nazistas chegaram a Viena, capital austríaca

Em 12 de março de 1938, Adolf Hitler anuncia o "Anschluss", a "união" entre a Alemanha e a Áustria - que, de fato, era a anexação da Áustria à Alemanha nazista.

A união com a Alemanha havia sido um sonho dos social-democratas austríacos desde 1919. A ascensão de Hitler e seu governo ditatorial tornam esse propósito menos atraente, apesar de ser uma guinada irônica, uma vez que a união entre as duas nações era também um sonho de Hitler, austríaco de nascimento. 

Apesar de o chanceler alemão não ter o pleno apoio dos social-democratas austríacos, a ascensão de um partido de direita pró-nazi na Áustria em meados dos anos 1930, o Comitê dos Sete, pavimentou o caminho para Hitler concretizar sua jogada.

Em 12 de fevereiro de 1938, o primeiro-ministro austríaco, Kurt Von Schuschnigg, intimidado por Hitler durante um encontro no refúgio do líder nazista em Berchtesgaden, nos Alpes bávaros, concordou com uma maior presença dos nazistas dentro da Áustria.

Von Schuschnigg, de 41 anos, era um homem de maneiras impecáveis, no velho estilo austríaco, e não era artificial para ele começar as conversações com referências à magnífica paisagem ou palavras agradáveis acerca da sala, palco de conferências importantes.

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Hitler, porém, era objetivo. ”Não nos reunimos aqui para falar da bonita vista ou do tempo”, disse.

Para ele, a Áustria fazia de tudo para impedir uma política amigável. “A história inteira da Áustria é justamente um ato ininterrupto de alta traição. Semelhante paradoxo histórico deve agora ter fim. Neste momento. Posso lhe dizer diretamente, Herr Schuschnigg, que estou inteiramente decidido a pôr um fim a tudo isso. O Reich alemão é uma das grandes potências e ninguém levantará a voz se ele resolver seus problemas fronteiriços”, afirmou.

Após uma hora de conversação, pontilhada por ameaças de Hitler, o chanceler nazista, dirigindo-se a ele rudemente e sempre por seu nome e não por seu título, como exigia a cortesia diplomática, concluiu asperamente que nada, nem ninguém poderia frustrar suas decisões.

“A Itália? Estou de completo acordo com Mussolini. A Inglaterra? Esta não moverá um dedo pela Áustria. A França? A França poderia ter detido a Alemanha na Renânia e então teríamos de nos retirar. Mas agora é muito tarde para a França. Dou-lhe novamente pela última vez a oportunidade de chegar a um acordo, Herr Schuschnigg. Ou encontramos uma solução agora ou então os acontecimentos seguirão seu curso. Pense a respeito, Herr Schuschnigg, pense bem. Posso apenas esperar até esta tarde”, afirmou.

Começavam neste momento as “quatro semanas de agonia”. No dia seguinte, Seiss-Inquart era nomeado Ministro da Segurança austríaco. Esse ministro, o primeiro dos traidores, dirigiu-se apressadamente a Berlim para reunir-se com Hitler e receber suas instruções. Foi decretada também uma anistia aos prisioneiros nazistas.

Schuschnigg esperava que a concordância com as exigências de Hitler evitasse a invasão alemã. Contudo, Hitler insistiu numa maior influência nos assuntos internos da Áustria, propondo até o aquartelamento de tropas do exército alemão em seu território. Schuschnigg denunciou o acordo assinado em Berchtesgaden, exigindo um plebiscito sobre a questão. Maquinações de Hitler e seus aliados internos na Áustria levaram ao cancelamento do plebiscito e à subsequente renúncia de Schuschnigg.

O presidente austríaco, Wilhelm Miklas, recusou-se a indicar um chanceler pró-nazi para substituí-lo. Em 12 de março, tropas germânicas invadiram a Áustria. Hitler anunciou o "Anschluss". O plebiscito anunciado teve lugar em 10 de abril. Quer o plebiscito tenha sido manipulado ou o voto tenha sido resultado do terror que se disseminou com a determinação de Hitler, o Führer colheu esmagadores 99,7% de aprovação para a união entre Alemanha e Áustria.

A Austria passou a ser então uma entidade sem nome absorvida pela Alemanha, ante a inação e o silêncio de seus aliados ocidentais. Pouco tardou para que os nazistas iniciassem, com sua típica prática policial, a perseguição aos inimigos e dissidentes políticos e às pessoas de ‘raça inferior’.

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