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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A VERSÃO DE LAMPIÃO

Por Antônio Corrêa Sobrinho

A rigor, a HISTÓRIA, como conjunto de conhecimentos relativos ao passado, segundo o lugar, a época, o ponto de vista escolhido, costuma ser contada pelos vencedores, pelos conquistadores, pelos dominadores. A história do Brasil é uma delas.

A História, portanto, como um recorte, como versão de algo ocorrido, como tradução e interpretação de fatos e acontecimentos do passado, será sempre incompleta, incerta, não conclusiva. A história do Cangaço é uma delas.

VIRGULINO FERREIRA DA SILVA, o famoso cangaceiro LAMPIÃO, cria do adusto e vulnerável sertão pernambucano, chefe de um sem número de bandoleiros, considerado o Rei do Cangaço, um dos civis que mais afrontaram e afetaram a sociedade e o poder público brasileiro, caso tivesse sobrevivido ao banditismo que ele protagonizou, muito ele teria a dizer, a relatar, a argumentar, a explicar, a definir. Diria da sua infância; da sua relação com seus pais e irmãos, dizia dos seus outros parentes e de amigos; das causas que o levaram ao cangaço; das dezenas de encontros com as volantes; de suas tratativas com chefes políticos e líderes poderosos; diria do seu encontro com Padre Cícero Romão Batista; discorreria sobre a sua aventura inglória em Mossoró, no Rio Grande do Norte; sobre sua espetacular presença em Capela, na zona da mata sergipana; sobre seu romance com Maria Bonita; sobre seus atos antijurídicos, acertos e desacertos; seus sonhos, ambições e desejos; e, especialmente, tudo mais porque ele passou e a pesquisa sequer cogitou.

Isto considerado, sou levado a imaginar o quanto a história do Cangaço perdeu sem A VERSÃO DE LAMPIÃO.

Tivesse o ditador Getúlio Vargas um pouco que fosse de historiador, decretaria em letras garrafais: QUE SEJA LAMPIÃO CAPTURADO, MAS VIVO.

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