Por Antônio Correa Sobrinho
Manuel Neto
Não vejo, dentre os que mais
corajosa e afanosamente combateram o cangaceiro Lampião, quem tenha sobrepujado
Manuel Neto, o militar pernambucano da família Ferraz, de Nazaré dos Picos,
também conhecido por Mané Neto, este que, só por causa do destino, que não
permitiu, deixou de dar cabo de Lampião e nem por ele foi abatido.
Da mesma forma que não vejo, no
grupo destes destemidos comandantes militares, caçadores vorazes e contumazes
de cangaceiros, quem mais se expôs ao perigo, arriscou-se mais e, agora quem se
arrisca sou eu, feriu-se mais nas medonhas refregas com o chefe Lampião e seus
comparsas, do que este mesmíssimo Manuel Ferraz Neto.
Manuel Neto que, nos dias do
cangaço, tanto se arriscou e, segundo alguns, pouco caso fez de sua própria
integridade física durante os tiroteios, vivenciou o mais grave dos seus
ferimentos, o qual quase o levou à morte, ironicamente bem longe dos campos de
batalha nas caatingas, que se deu nos dias iniciais do mês de junho de 1945,
quando, dentro da cadeia da cidade de Sertânia (antiga Alagoa de Baixo),
município onde exercia o cargo de delegado regional, leva um tiro na barriga,
conforme leio no jornal “O Diário de Pernambuco”, de 09 deste mês e ano.
Segundo a notícia, o destemido
Manuel Neto prendera pessoalmente e levara à prisão um conhecido e perigoso
ladrão de animais (nome não revelado), quando, num breve descuido da parte
deste militar, o ladrão sacou de um revólver e, à queima-roupa, desferiu um
tiro certeiro no abdome do capitão, prostrando-o. E que, diante da gravidade do
ferimento, ele foi conduzido para o município de Pesqueira, em cujo hospital
foi operado, onde se encontra em estado grave de saúde, mas apresentando
melhoras, conclusão do informe. Recuperou-se, com certeza, o mais afamado dos
caçadores de Lampião, temido e respeitado por este cangaceiro.
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