Seguidores

domingo, 8 de janeiro de 2012

O FOGO DE PEDRA DE ABELHAS (II)

Escritor Apodiense: Marcos Pinto

Em 15 de Abril de 1925, com o seu eleitorado sofrendo contínuas ameaças veladas e chibateamentos e tropelias praticadas pelos jagunços de Décio Holanda e seu sogro 


Tilon Gurgel, deliberou o Coronel JOÃO JÁZIMO PINTO ir até Natal para, em audiência com o governador Dr. José Augusto Bezerra de Medeiros, narrar-lhe a triste situação de apreensão pela qual estava padecendo a grei Apodiense, com as frequentes incursões da jagunçada comandada pela satânica dupla, na cidade, e nos sítios pertencentes aos eleitores da sua facção política pacifista. Após minuciosa exposição feita pelo Cel. Jázimo, o governador prontamente enviou para a cidade de Apodi um contingente policial formado por 40 praças, comandada pelo respeitado e temido Capitão Jacinto Tavares Ferreira, onde ficou aquartelada. No dia imediato a sua chegada, o Capitão Jacinto fez uma varredura no prédio/sobrado pertencente ao Sr. Martiniano de Queiroz Porto, (Natural do Ceará) truculento capitalista que compunha a virulenta facção política oposicionista comandada por Tilon Gurgel, Sebastião Paulo Ferreira Pinto, João de Deus F. Pinto, Juvêncio Barrêto, e os irmãos Benedito Saldanha e Quincas Saldanha. 

Casa de Quincas Saldanha

Na incursão feita à residência do Martiniano, foram encontradas farta munição e 30 fuzís, razão pela qual despertara a atenção do Capitão Jacinto para a possibilidade de que o mesmo estava intentando formar milícia particular. Martiniano tinha um jagunço que residiu muitos anos com ele e que atendia pelo nome de Júlio Porto, que em 1927 já integrava o bando de Lampião, quando este acoitou-se na fazenda Bálsamo, no Pereiro-CE, preparando-se para os ataques à Apodi e Mossoró. Há quem afirme que a fazenda "Bálsamo" tinha uma parte que pertencia a José Cardoso.

Com a atuação de eficaz comando e vigilância do Capitão Jacinto, que os celerados Benedito e Quinca Saldanha referiam-no como sendo "O Jacintão", (Pela estatura elevada) os sicários Juvêncio Barrêto e Martiniano Porto mudaram-se do Apodi, (Final de Maio de 1925). O primeiro voltou a Martins, de onde era natural, e o segundo fixou residência em Pau dos Ferros-RN, onde o seu genro Dr. José Vieira era o Juiz de Direito da comarca. Sentindo-se coibidos na prática contumaz da intimação, a horda virulenta comissionou a Tilon Gurgel e a Benedito Saldanha para parlamentarem com o governador, sob a falsa alegativa de que a força policial estava a causar transtornos na região do Apodi, cuja arguição visava retirar a força policial sediada em Apodi. Quando encontravam-se em audiência com o governador, recebem telegramas informando-os da ocorrência do "FOGO DE PEDRA DE ABELHAS".

Paredão de calcário que deu origem ao nome
Pedra de Abelha, atualmente Felipe Guerra

Após este entrevero bélico, a tropa policial retornou ao Apodi, com a missão de retornar no dia seguinte, o que não se efetivou pela informação concreta de que o grupo armado do Décio se homiziara no Ceará. Depois desta ocorrência coibitiva, a paz voltou a reinar naqueles rincões, mas, por pouco tempo, pois em 10 de Maio de 1927 o Tilon Gurgel arquitetou, via Décio Holanda, o ataque de parte do grupo de Lampião ao Apodi, comandado por 


Massilon, cujas minudências serão objeto de outro artigo.

Extraído do blog do professor Honório de Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário