Seguidores

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Humberto de Campos Veras

Por: Marinalva Freire da Silva

Palavras iniciais

Humberto de Campos Veras, filho de Joaquim Gomes de Faria Veras  (pequeno comerciante) e Ana de Campos Veras, nasceu no município de Miritiba, no Maranhão, no dia 25 de outubro de 1886 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 05 de dezembro de 1934, ainda jovem, aos 48 anos de idade. Após seu falecimento, o município, seu berço natal, recebeu seu nome, como um ajusta homenagem ao ilustre filho autodidata, pois foi jornalista, poeta, contista, político, prosador, memorialista, inspetor de ensino, diretor da Casa de Ruy Barbosa.


Trajetória de vida
            
De origem humilde, sem meios de sobrevivência, quando seu pai faleceu, Humberto de Campos, aos seus anos de idade (1892), foi levado pela família para São Luís, em busca de sobrevivência. Aos 17 anos (1903), foi morar no Pará onde conseguiu um trabalho.

Foi aprendiz de tipógrafo e depois, escriturário, iniciando-se no jornalismo como colaborador e redator na “Folha do Norte” (1908) em Belém do Pará; chegou a  ser diretor de “Província do Pará” . Aos 24 anos (1910), publica seu primeiro livro, uma coletânea de versos intitulada “Poeira”. Fatores políticos levaram-no a mudar-se  para o Rio de Janeiro, aos 26 anos de idade (1912). Ali chegando, foi convidado para trabalhar como redator de “O Imparcial”. (SENA, Flash de Yala. Cidade verde.In

Nessa época trabalhava como redatores ou colaboradores um grupo de escritores famosos, entre os quais, Goulart de Andrade, Rui Barbosa, José Veríssimo, Júlia Lopes de Almeida, Salvador de Mendonça e Vicente de Carvalho, além de Júlio Ribeiro, crítico literário e José Eduardo de Macedo Soares, grande revolucionário da campanha de civilista. Humberto de Campos foi um fiel seguidor do Movimento civilista, para o que adotou o pseudônimo de Conselheiro XX, e com este, assinava seus contos e crônicas, hoje, reunidos em vários volumes. Passou a usar também outros  pseudônimos: Almirante Justino Ribas, Luís Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Batu-Allah, Micromegas e Hélios. (MAGALHÃES Jr., R. Antologia de humorismo e sátira. In Releituras.com/hdecampos_menu.asp.,Acessado em 24 de Junho de 2103).  
            
Inicia a longa série de publicações em prosa , tendo como estréia “Da seara de Booz” (1918). Prosseguindo, publica “A serpente de bronze” (1921), “A bacia de Pilatos” (1924), “ O monstro e outros contos”(1932) , “Poesias completas” (1933) e Suas “Memórias” (1933),considerada a obra mais importante, embora ficasse inacaba a segunda parte, sendo publicada postumamente. Tinha um Diário secreto, que foi publicado em 1954, causando escândalo à sociedade. (In http://antoniomiranda.com.br/poesia/maranhao/humberto-_de_campos.htm. Acessado em  24/6/2013).
            
Humberto de Campos Veras tem o privilégio da amizade de Coelho Neto, Emílio de Menezes e Olavo Bilac, poetas parnasianos. Aos 34 anos (1920), é eleito membro efetivo da Academia Brasileira de Letras, assumindo a cadeira nº 20, deixada por Emílio de Menezes,  cujo patrono é Joaquim Manuel de Macedo, sendo empossado no dia 08 de maio de 1920, sendo saudado pelo acadêmico Luís Murat. Em 1920 ingressa na política, sendo eleito deputado federal por seu estado, Maranhão, com três mandatos sucessivos, até 1939, quando eclode a Revolução, sendo cassado. Mas, Getúlio Vargas, seu grande admirador, nomeia-o diretor da Casa Ruy Barbosa. Apesar de pouco estudo, foi um dos grandes autores brasileiros, pois inovou as crônicas adicionando ao estilo novos elementos. Ao adoecer, passou a utilizar um estilo mordaz e cômico, passando a defender os excluídos de quem encontra consolo. (In http://www.
Alemdoarcoiris.com/biografias/Humberto_campos.htm. Acessado em 24 de junho de 2013).
            
Abandonado por parentes e antigos amigos poderosos, enfrenta sérias dificuldades financeiras, submete-se a várias cirurgias, perde a visão e, desta forma, parte para o além, deixando perplexo o meio em que vivia, principalmente quando da publicação de seu diário secreto, que, a meu ver, não deveria ter sido publicado porque, creio, teve razões para desabar e, quem sabe, se tivesse tempo de viver e  refletir seus escritos em momentos de abandono, dor, solidão,  o tivesse destruísse, pois não vale a pena a imortalidade com atitudes que denigrem a alma porque ferem o próximo.


MARINALVA FREIRE DA SILVA

Licenciada em Letras Clássicas e Vernáculas e Pedagogia pela UFPB. Mestre em Letras -PUC do Paraná; Doutorado em Filologia Românica-Universidade Complutense de Madrid; Professora da UFPB e UEPB (aposentada). Tradutora. Membro da APEEPB; APEESP; IWA,/OHIO,USA; da Academia de Estudos Literários e Linguísticos  de Anápolis/GO; da  UBE/PB ,da AFLAP/PB e da ALAP-RJ. Autora de várias obras.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
José Romero Araújo Cardoso

Nenhum comentário:

Postar um comentário