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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

NA ROTA DO CANGAÇO, TURISTAS FAZEM O TRAJETO DA VOLANTE QUE MATOU LAMPIÃO

Publicado em 10/09/2013 por Rostand Medeiros

Fonte – G1 – Autor – Waldson Costa, do G1 Alagoas – O jornalista viajou a convite da Secretaria de Estado do Turismo.

Grota de Angico, local onde o grupo de Lampião foi emboscado, é marcado por uma cruz e placa com o nome dos cangaceiros mortos (Foto: Waldson Costa/G1)
Grota de Angico, local onde o grupo de Lampião foi emboscado, é marcado por uma cruz e placa com o nome dos cangaceiros mortos (Foto: Waldson Costa/G1)

Passeio tem navegação de catamarã pelo rio e trilha pela caatinga. Roteiro expõe aos visitantes belezas naturais e históricas do Nordeste.

Na Rota do Cangaço, em Alagoas, a história do bando de Lampião e Maria Bonita é contado por guias vestidos de cangaceiros, que conduzem os visitantes até a Grota de Angico, local que foi ponto do massacre que deu fim ao mais famoso clã de cangaceiros do país.

A reportagem do G1 apresenta um roteiro turístico que começa em Piranhas, cidade histórica de Alagoas tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.

Capela é um dos atrativos no trajeto pelo rio até o povoado de Entremontes (Foto: Waldson Costa/G1)
Capela é um dos atrativos no trajeto pelo rio até o povoado de Entremontes (Foto: Waldson Costa/G1)

Segue pela Rota do Cangaço, percorrendo a trilha que a volante militar fez em busca do bando de Lampião e Maria Bonita, até a Grota do Angico, onde parte do grupo foi morto, para depois desvendar parte das belezas dos Cânions do São Francisco e um pouco da arte e dos sabores do Sertão.

Prainha no São Francisco é um dos atrativos do Cangaço Eco Park para quem deseja relaxar após a trilha (Foto: Waldson Costa/G1)
Prainha no São Francisco é um dos atrativos do Cangaço Eco Park para quem deseja relaxar após a trilha (Foto: Waldson Costa/G1)

O ponto de partida para esta aventura é o cais de Piranhas. Lá, o visitante embarca em um dos catamarãs que seguem em navegação pelas águas do Rio São Francisco até o município de Poço Redondo, em Sergipe. O percurso é feito ao som do típico forró nordestino e das histórias e ‘causos’ do cangaço relatados pelos guias.

A navegação pelo rio dura em média 30 minutos, tempo suficiente para o visitante contemplar a exuberância do ‘Velho Chico’ e todo o cenário proporcionado pelos morros de paredões rochosos cobertos pela vegetação da caatinga. Entre um trecho e outro, o cotidiano dos ribeirinhos é revelado entre o vai e vem das pequenas embarcações que circulam com famílias ou pescadores que tiram o sustento do rio.

Vestido com roupas do cangaço, Francisco Rodrigues, recebe grupo em receptivo localizado na praia da Forquilha (Foto: Waldson Costa/G1)
Vestido com roupas do cangaço, Francisco Rodrigues, recebe grupo em receptivo localizado na praia da Forquilha (Foto: Waldson Costa/G1)

Duas empresas de turismo receptivo oferecem o passeio em Piranhas. Uma delas é operada pelos familiares de Pedro Durval de Cândido, homem que dava suporte a Lampião na época do cangaço, mas que entregou o clã para a volante alagoana após ser torturado. Historiadores contam que os policiais desconfiaram da grande quantidade de mantimentos comprados em uma mercearia daquele município por Pedro Cândido. Ele foi capturado e forçado a dizer o local onde o bando se escondia.

Após atracar o catamarã na praia da Forquilha, o visitante chega a um local com estrutura rústica, porém agradável, com restaurante e lojinha, que contextualiza o cenário da caatinga. Deste ponto até a Grota de Angico são aproximadamente 700 metros por uma trilha estreita com vegetação bem preservada.

Grupo segue por trilha na vegetação de caatinga até a Grota do Angico (Foto: Waldson Costa/G1)
Grupo segue por trilha na vegetação de caatinga até a Grota do Angico (Foto: Waldson Costa/G1)

No trajeto, há pontos para descanso e muitos relatos sobre o que ocorreu no dia 27 de julho de 1938, data em que 13 cangaceiros do bando foram emboscados, mortos e decapitados. “Esta trilha que é feita hoje pelos turistas é exatamente a mesma que a volante fez na época para chegar até o bando de Lampião. Mantivemos a originalidade em cada passo do percurso para recontar a história”, diz Francisco Rodrigues, que é sobrinho-neto de Pedro Cândido.

Após a trilha, o visitante permanece no restaurante Angicos onde pode desfrutar do banho no Rio São Francisco e das iguarias bem peculiares do Sertão, como a farofa cangaceira, geleia de xique-xique (cactos), doce de coroa do frade e da bala de doce de leite, conhecida como a ‘bala que matou Lampião’.

Grota de Angico, local onde o grupo de Lampião foi emboscado, é marcado por uma cruz e placa com o nome dos cangaceiros mortos (Foto: Waldson Costa/G1)

Grota de Angico, local onde o grupo de Lampião foi emboscado, é marcado por uma cruz e placa com o nome dos cangaceiros mortos (Foto: Waldson Costa/G1)

Com proposta similar, o Cangaço Eco Parque, que também possui estrutura às margens do São Francisco, tem restaurante, tendas para relaxamento, ampla área livre para apresentações culturais e banho de rio, além do passeio de catamarã e da trilha até a Grota do Angico, em um trajeto mais longo, de aproximadamente 1,5 km, expande o roteiro com uma parada no povoado de Entremontes, distrito de Piranhas.

O sucesso de Entremontes, além do charme dos casarios históricos, se dá por conta da habilidade das mulheres que transformam linhas em bordados de redendê e ponto-cruz.

Na Grota de Angico, grupo ouve explicação de guia sobre as emboscadas feitas contra o bando de Lampião (Foto: Waldson Costa/G1)
Na Grota de Angico, grupo ouve explicação de guia sobre as emboscadas feitas contra o bando de Lampião (Foto: Waldson Costa/G1)

Arte e tradição que chamaram a atenção de estilistas nacionais e internacionais, e que compôs até mesmo o enxoval do Papa Francisco, quando ele esteve no Brasil.

Custos

As duas empresas que operam o passeio, que oferece acessibilidade para crianças, jovens, adultos e até idosos, cobram valor tabelado de R$ 50 por pessoa. No restaurante Angico, o valor inclui a navegação pelo rio, ficando como opcional a trilha, onde é cobrada uma taxa de R$ 5 que é destinada ao guia. No local, que oferece almoço, também opcional, o tempo de permanência é de aproximadamente 3 horas.

Cais do povoado de Entremontes possui uma bela vista para o rio São Francisco (Foto: Waldson Costa/G1) 
Cais do povoado de Entremontes possui uma bela vista para o rio São Francisco (Foto: Waldson Costa/G1)

Já no restaurante Eco Park, o passeio de barco é estendido até o povoado de Entremontes, com parada de 20 minutos para visitação e compra de artesanato. No receptivo, o almoço também é opcional. Já a trilha até a Grota do Angico, com percurso maior e que não é considerado o trajeto oficial dos livros de história, é gratuita. O tempo de permanência também é de aproximadamente 3 horas.

Fonte – G1 – Autor – Waldson Costa, do G1 Alagoas – O jornalista viajou a convite da Secretaria de Estado do Turismo.

Extraído do blog Tok de Histórias do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.wordpress.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com


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