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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CORONEL MANUEL LEITE


 Por doizinho quental 


O Coronel Manuel Leite de Moura era uma figura muito importante da cidade de Brejo dos Santos  CE, por volta de 1926. De temperamento pacato e de princípios religiosos, foi  um pai de família honrado e respeitado por todos dessa pequena cidade da região do Cariri, no interior do Ceará.
       
Homem abastado, possuía muitas terras e fazendas,  mantendo na mesma cidade, um comércio de tecidos conhecido como "a loja do Coronel Manuel Leite".
        
Naquela época grassava o cangaço em toda a região do Cariri e, principalmente, nas terras do Pajeú, sertão de Pernambuco, onde imperava o reinado de “Lampião”.

Virgulino à direita e Sinhô Pereira à direita
        
Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, costumava viajar, com o bando de Sinhô Pereira e posteriormente, a partir de 1922, com o seu próprio bando, tanto para as terras do coronel José Inácio do Barro, como para Juazeiro do Norte, cidade do Padre Cícero Romão Batista. Dificilmente este afamado cangaceiro, em respeito ao "meu padim Pade Cíço", atacava o Ceará, todavia, a sua fama de saqueador de cidades corria o mundo e ninguém confiava nesta atenção. Quando o povo sabia da proximidade do seu bando, ficava desesperado e muitas vezes  armava-se para defender as suas famílias.
       
Foi exatamente em uma dessas passagens para Juazeiro do Norte, que o bando se aproximou de Brejo dos Santos e o povo, alvoroçado, correu para se defender. A população ficou em polvorosa. Saía gente de todo lugar, avisando e pedindo para que se prevenissem contra o possível ataque de “Lampião”.
        
O coronel Manuel Leite também se vexou, procurando defesa. Na agonia e no desespero da tão decantada invasão,  correu e agarrou o seu rifle cruzeta e colocou a cartucheira na cintura, o que não era o seu costume nem a sua aptidão. Quando voltou todo equipado, chamou logo a atenção dos presentes, pelo inusitado da vestimenta. Guardando certa pose, desfilava um tanto orgulhoso e altaneiro pela casa, quando se ouve um barulhozinho: top, top, top... 

O negro Zé Felix, seu amigo e compadre, por sinal muito valente, depois de observá-lo atentamente, falou: 

- Coroné, o sinhô colocou a cartucheira foi de cabeça pra baixo e as balas estão todas despencando!   

Ninguém aguentou, todos caíram na gargalhada, enquanto o meu avô repetia, desapontado: 

- Ô que seiscentos diabos! Eu não dou pra isto, definitivamente eu não dou pra isto!...


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