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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OS CABRAS DE LAMPIÃO (Ranulfo Prata) - Parte IV

Fragmento de capítulo de livro - transcrito por Luiz Alberto da obra: Lampião /Ranulfo Prata/Traço Editora
 Fotos de cangaceiros  

Antonio da Ingracia

Outra figura de relevo. Era natural da Feira do Pau, onde praticou o primeiro crime, assassinando João Carpina. Antes de ingressar na malta já possuía grande acervo de crimes, inclusive o assassínio, em plena feira de Chorrochó, de dois irmãos do coronel José Ribeiro da Jacoca, ex-deputado estadual em Sergipe.

Perseguido, buscou a proteção de Gregório da Pedra, famoso coiteiro do município de Belém, Pernambuco. Ao entrar Lampião na Bahia juntou-se lhe em companhia de dois irmãos, Cyrillo e Luiz, e de um sobrinho, Antonio Sionaro. Tio e sobrinho, porém não tiveram vida longa.

Certa noite, entre Chorrochó e Riacho da Várzea, chocou-se com o pequeno grupo chefiado por um tal Hermógenes. No desenrolar do tiroteio, na noite sem claridade, um dos cabras de Hermógenes aproxima-se dele, Antonio, que o chama, baixinho, dizendo-se amigo. Na negrura da noite, espichado no chão, de punhal erguido, aguarda, como um jararacussú, que o inimigo se avizinhe para dar-lhe o bote fatal. Não tardou que o outro, pensando que quem o chamava era, de fato, um dos seus, se chegasse. Antonio salta-lhe em cima.

Trava-se um feroz corpo a corpo dentro da escuridade da noite de breu. E apunhalam-se mutuamente, rolando cada um para o seu lado. Ali estertoram e morrem, com os corpos enrolados na mortalha da treva espessa.

O seu esqueleto enfeita o hospital da Força Pública de Jeremoabo.

(Texto transcrito da obra: LAMPIÃO/Ranulfo Prata/Traço Editora)

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/10/os-cabras-de-lampiao-ranulfo-prata.html

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