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quinta-feira, 22 de maio de 2014

João Ferreira da Silva, irmão de Lampião


Este é o João Ferreira da Silva, irmão de Virgolino Ferreira da Silva, o cangaceiro Lampião. Dos cinco filhos homens de José Ferreira da Silva apenas o João não quis entrar para o cangaço. Mas mesmo não tendo participado dele, chegou a ser preso, judiado, humilhado, maltratado, e mesmo assim, não quis usar vingança, como alguns cangaceiros que entraram para o cangaço, devido judiações que os policiais faziam com os seus pais, parentes e aderentes. 

João não quis ser chamado de gatuno, ladrão, salteador larápio, ou outra coisa parecida, e por isso, decidiu seguir o mundo desejado pelos bons, ser um homem do bem, honesto, apesar de que na época do cangaço era favorável aos malfeitores. Livrando-se de balas enviadas pelas volantes, ou sendo capturados, não respondiam pelos seus atos, tudo era "mar de rosas".

Também àquela vida embrenhada às maltas não era o seu desejo, correndo a todo o momento, castigado pelo o sol, poeiras, dormindo sem nenhum conforto, fome e mais fome. Sob um teto já não levava uma vida boa, vivendo num mundo de sofrimentos, sem nenhuma ajuda de governo, só problemas e mais problemas. E no cangaço? O melhor seria mesmo seguir o que muitos sertanejos querem paz e mais nada. 

Este era o desejo do irmão dos cangaceiros, construir uma família, ensiná-la a viver com dignidade, amiga de todos e do mundo. O mundo dos horrores não era a sua praia e nem uma boa opção.

João ainda não perdera nenhum irmão na guerra cangaceira, mas sabia que quem entra para o crime, um dia chegará a sua hora, de ser assassinado, preso pelas as forças do governo, ou até mesmo ser morto pelos seus próprios companheiros, causado por fuxicos rixas, mentiras, invejas, intrigas etc.

E o João bateu o martelo. Não iria ser cangaceiro. Os seus irmãos que não souberam suportar as críticas e as pressões dos seus perseguidores, agora eram alvos da desgraça, da infelicidade, da intranquilidade. Ele sentia na pele tudo o quanto o Zé Saturnino fazia, mas maiores eram os poderes de Deus. Mesmo constrangido interiormente com os desafetos do seu vizinho, não iria perder o rumo da vida.

Uma das coisas que muito lhe incomodava era a maneira que os seus irmãos tentavam calar a boca dos perseguidores, usando a desonestidade, E ele não nascera para esta prática. Não iria manchar o seu nome, fazendo roubos, assaltos e mortes, que muitas vezes eram desnecessárias.

Finalmente o João escolheu o que era bom para ele dizendo:

“- Viver com dignidade é o meu lema. E não envergonharei os meus pais José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação, a Maria Lopes, os quais sofreram muito para me criarem, e tenho que retribui-los fazendo o bem, e não o mal. Mesmo sendo pobre, eu tenho que ser um homem da paz. Os horrores não me satisfazem".

Nota: O que escrevi não tem nenhum valor histórico para a literatura cangaceira. É apenas na minha imaginação.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

2 comentários:

  1. Anônimo15:43:00

    Fiquei sabendo agora caro Mendes, que João Ferreira chegou a ser preso. É mais uma novidade para mim. Muito grato por nova informação.
    Antonio Oliveira

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  2. Verdade, Antonio Oliveira.

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