Seguidores

domingo, 14 de dezembro de 2014

CANGAÇO X

Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Morais

Diabruras dos malfeitores.

Boa Esperança, fora o lugar, no Estado do Rio Grande do Norte, onde os cangaceiros deram expansão ao gênio e entregaram-se a grosseiros folgares. Beberam e cantaram ao som da sanfona. Divertiram-se numa ambiência galhofeira, torturando pacatos sertanejos, sem levarem em conta o mal que causavam. 

A comunidade assistia, constrangida, às práticas abomináveis misturadas com visos de comicidade. Dos infames folguedos, alguns episódios são lembrados com certo humorismo pelos filhos da região. 


O velho Joaquim Justino de Souza vinha pela rua, tangendo um burro com uma carga de melancia. Satisfeito, trazia da sitioca, o produto de seu suor. Calculava o bom apurado nos festejos do padroeiro. De súbito, achou-se cercado. Em meio a confusão, arremessaram-lhe uma fruta na cabeça. Cambaleia. Seguram-no para não cair. Atordoado, vê o algoz apanhando outra do caçuá. Roga-lhe, Então: 

- Escolha uma madura! 

O bandido, esboçando um sorriso, o atende. Repete a troça com rudeza. Desta vez Justino vai ao chão. Cai sentado. 

- Está satisfeito agora? Pergunta, desdenhosamente, o marginal. Saindo do estupor, o bem humorado camponês retruca: 

- Estou sim senhor! Podia ser pior se a carga fosse de jerimum! 

Os malfeitores romperam em estrepitosas gargalhadas, enquanto saboreavam deliciosas talhadas de melancia.

Raul Fernandes.

CONTINUA...

http://blogdosanharol.blogspot.com.br/2009/07/cangaco-x.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário