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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

QUEM FOI DELMIRO AUGUSTO DA CRUZ GOUVEIA?


Delmiro Gouveia Augusto da Cruz Gouveia, filho do cearense Delmiro Porfírio de Farias e da pernambucana Leonila Flora da Cruz Gouveia, nasceu em 5 de junho de 1863, na Fazenda Boa Vista, localizada no município de Ipú, no Ceará.

Com o falecimento de seu pai na Guerra do Paraguai, Delmiro Gouveia foi morar em Pernambuco, estabelecendo-se na cidade de Goiana, no ano de 1868, e em Recife, a partir do ano de 1872.


Em 1878, com a morte de sua mãe, Delmiro Gouveia iniciou a sua vida profissional como condutor e bilheteiro do bonde que fazia o trajeto entre Apipucos e Recife. Posteriormente, em 1881, passou a trabalhar como despachante em um armazém de algodão.

Em 1883, casado com Anunciada Cândida, filha do tabelião da cidade pernambucana de Pesqueira, Delmiro Gouveia resolveu ingressar no comércio de couros de cabra e bode.

Veja fachada em 1917

Logo obteve sucesso com a nova profissão, passando a incomodar os seus concorrentes com a prática de preços baixos e com uma forte influência no mercado, sendo, inclusive, intermediador de negociações entre comerciantes locais e empresas de exportação.

Em 1892, Delmiro Gouveia passou a atuar como gerente da filial de um curtume americano, onde outrora foi empregado.

Em 1898, tendo como referência à Feira Internacional de Chicago realizada em 1893, Delmiro Gouveia inaugurou o Mercado do Derby, no centro de Recife, que era um moderno centro de comércio, serviços e lazer, edificado em uma área de 129 metros de comprimento, com hotel, velódromo, pavilhão de diversões e 264 boxes para a comercialização de produtos.

Em 1899, Delmiro Gouveia assumiu a direção da Usina Beltrão e passou a ter conflitos políticos, envolvendo-se, inclusive, com a filha bastarda do governador de Pernambuco, Sigismundo Gonçalves, um de seus opositores.

Na eleição do ano de 1899, embora não tenha sido candidato, Delmiro Gouveia percorreu o interior de Pernambuco em campanha eleitoral, acirrando ainda mais a oposição que fazia a um poderoso grupo situacionista, então liderado pelo vice-presidente da República Rosa e Silva, que exerceu o controle da política em Pernambuco de 1896 a 1911.

No dia 2 de janeiro de 1900, o Mercado do Derby foi criminosamente incendiado, dando ensejo a uma nova fase na vida do empreendedor, que passou a ter como cenário o estado de Alagoas.

E este novo momento começou no povoado da Pedra, localizado no sertão alagoano, em uma estratégica área de fronteira com os estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia. Na época, a estrutura da região era muito precária, sem abastecimento de água e com a presença, apenas, de uma estação da Ferrovia de Paulo Afonso e de algumas casas de taipa.

Já separado de sua esposa, que resolveu retornar a casa dos pais, Delmiro Gouveia passou a viver com a filha do governador de Pernambuco, Carmela Eulina do Amaral Gusmão, união que resultou no nascimento dos filhos Noêmia, em 1904, Noé, em 1905, e Maria Augusta, em 1907.

Em 1903, Delmiro Gouveia adquiriu a Fazenda da Pedra, no sertão de Alagoas, e reiniciou a sua vida profissional, novamente atuando no comércio de couros de cabra e bode.

Usina de Angiquinho atualmente, casa de força e embaixo a casa do ferreiro.

Assim como ocorreu em Pernambuco, seu novo empreendimento em Alagoas prosperou, transformando significativamente a região e criando um novo centro comercial de couros. Em 1909, Delmiro Gouveia já tinha refeito a sua fortuna, retomando a liderança nos negócios.

Seus adversários políticos chegaram a questionar, em Recife, a probidade de seus empreendimentos, o que deu ensejo à seguinte resposta de Delmiro Gouveia:

“Si elles tivessem no sangue, nos nervos, nas faces, vergonha, e no organismo alguma coisa de energia e sentimento, deviam orgulhar-se de haver um homem do povo, pobre porém trabalhador, capaz de mostrar-lhes com exemplos que quem lucta pela vida com honradez, actividade e perseverança, póde conseguir uma posição na sociedade e, em vez de andarem pelas ruas, cafés, trens e esquinas empregando-se na maledicência, podiam dedicar-se ao trabalho proveitoso, que nobilita o homem e dá-lhe sempre o direito de confundir seus inimigos gratuitos”

Delmiro Gouveia, diante do potencial energético da Cachoeira de Paulo Afonso, iniciou a construção da primeira usina hidrelétrica do Brasil. Em 1913, após dois anos de trabalho, a Usina de Angiquinho foi inaugurada.
Delmiro Gouveia também viabilizou a construção de uma vila operária, escolas, estradas e o fornecimento gratuito de água e energia para a região do Povoado da Pedra.

Em 1914, Delmiro Gouveia construiu uma fábrica – a Fábrica da Pedra – para a produção de fios e linhas de costura, que utilizava a energia da Usina de Angiquinho e empregava 2.000 operários brasileiros. A fábrica tornou-se referência na época, passando a comercializar seus produtos no Brasil e a exportar para o Peru e o Chile.

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Vista da usina de Angiquinho, primeira usina hidroelétrica do nordeste

Toda a ascensão de Delmiro Gouveia, que não só trazia benefícios para ele, como também para a população local, passou a ser uma ameaça para o “coronéis” da região.

A poderosa fábrica inglesa Machine Cottons que também produzia fios e linhas de costura, passou a pressionar o irredutível Delmiro Gouveia em busca da aquisição de sua fábrica.

No dia 10 de outubro de 1917, às 20h30, Delmiro Gouveia, é morto em frente ao seu chalé, perto da Fábrica da Pedra, crime este, até hoje sem elucidação do mesmo.

Fonte: facebook
Página: Coronel Delmiro Gouveia

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