Seguidores

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A FAMÍLIA LOPES GALVÃO NO OESTE POTIGUAR

Por Jose Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo
José Edilson

Uma das mais tradicionais famílias potiguares, os Lopes Galvão, tiveram atuação relevante no Oeste Potiguar, deixando raízes, especialmente, em Mossoró, como no caso de Romualdo Lopes Galvão, Clemente Lopes Galvão, Olinto Lopes Galvão e Petronilo Lopes Galvão.

Romualdo Lopes Galvão nasceu em 7 de fevereiro de 1853 na cidade de Campo Grande-RN. Era filho de João Lopes Galvão e Maria Ferreira de Melo. Neto paterno de Cipriano Lopes Galvão, natural de Currais Novos-RN e Roseria Albuquerque Galvão, natural de Campo Grande-RN. Neto materno de Antônio Ferreira de Almeida, natural de Catolé do Rocha-PB e Maria Vieira de Melo Almeida, natural de Campo Grande-RN. Comerciante de destaque na cidade, com a firma Romualdo Lopes Galvão – casa de fazendas, exportadora de algodão e de peles, situada na Praça 06 de Janeiro, atual Praça Rodolfo Fernandes.

Romualdo Galvão foi membro destacado da Loja Maçônica 24 de junho, onde justamente com seus pares desempenharam importante participação na abolição dos escravos, em 1883. Romualdo Galvão foi um dos mais ardorosos e influentes abolicionistas, juntamente com sua esposa Amélia Dantas de Souza Galvão e seu sogro, o jornalista e poeta português, José Damião de Souza Melo.

Participou ativamente do movimento. Em 6 de janeiro de 1883, é criada a Sociedade Libertadora Mossoroense, entidade pioneira da nobre causa congregava em seu meio os abolicionistas locais, sob a presidência de Joaquim Bezerra da Costa Mendes, tendo Romualdo Galvão como vice-presidente.

Foi um dos sete diretores da Sociedade Libertadora Mossoroense. Nessa época, o próspero empreendedor cearense Miguel Faustino do Monte (1858-1952), gerenciava a firma Souza Nogueira & Cia. (em sociedade com o mossoroense Alexandre de Souza Nogueira) subscreveu o manifesto conhecido como Pacto de Honra, juntamente com Romualdo Galvão, gerente da Casa Mayer, do operoso comerciante suíço Conrado Mayer (1844-1897), para, se for preciso, lançar mãos de todo o dinheiro de seus patrões para ajudar a libertar os escravos em Mossoró.

No ano de 1883, Mossoró estava sendo administrada por Romualdo Galvão em seu primeiro período, pois exerceu novo mandato entre os anos de 1892 a 1895. Em seguida, transferiu residência para Natal, ocupando cargos públicos diversos: prefeito de Natal, diretor do Banco de Natal e deputado estadual por duas vezes. Matrimoniou-se com Amélia de Souza Melo, em 05 de dezembro de 1882, em Fortaleza-CE, passando a se chamar, Amélia Galvão, como ficou mais conhecida. Com o seu falecimento, em Mossoró, no dia 14 de novembro de 1890 casou novamente com Antônia Monteiro Galvão, com descendência. Romualdo Galvão faleceu em 1 de agosto de 1927, em Natal. Em sua homenagem, é nome de rua, localizada no bairro Boa Vista. Amélia Galvão é nome de rua, localizada no bairro Lagoa do Mato.

Clemente Lopes Galvão nasceu em 23 de novembro de 1860, também, em Campo Grande. Da mesma forma que o seu ilustre parente e conterrâneo Romualdo Galvão foi um abolicionista mossoroense e maçom integrante da Loja Maçônica 24 de Junho. Comerciante mantinha a firma Clemente Galvão & Cia. - negociante de fazendas que funcionava no local onde estava situada a firma Romualdo Lopes Galvão e tinha como sócios Clemente Lopes Galvão e Olinto Lopes Galvão. Clemente matrimoniou-se com Mafalda Miranda Galvão nascida em 2 de maio de 1858 e falecida em 2 de julho de 1925, filha de Antero Frederico Borges de Miranda Henriques1 nascido em 19 de abril de 1819 na cidade de Areia-PB e falecido em 23 de abril de 1915 na cidade de Parelhas-RN e de Zeferina Maria da Cunha de Miranda Henriques nascida em 26 de agosto de 1828 na cidade de Jardim do Seridó-RN e falecida em 3 de novembro de 1890 na cidade de Mossoró. Dessa união, tiveram sete filhos: João, Francisco, Solon, Maria, Ismênia, Zeferina e Raimunda. Anteriormente, Mafalda Galvão havia sido casada com um parente de Clemente, Joaquim Fontes Galvão, com dois filhos: Cândida e Antônio. Clemente Galvão tomou o mesmo caminho de Romualdo Galvão, ao se mudar para Natal, onde faleceu em 2 de julho de 1925, no mesmo dia de sua esposa.

Olinto Lopes Galvão, do mesmo modo que os seus parentes, Romualdo e Clemente Galvão manteve atividades comerciais. Em 18 de julho de 1903, Olinto Galvão recebe do Poder Público Municipal a concessão de fornecer água à Mossoró, no período de 50 anos, através de poços artesianos.

Olinto Galvão teve atuação política. Foi suplente de intendente (vereador) na legislatura de 1892 a 1895, assumindo o cargo de intendente, em 23 de julho de 1894, por ocasião da saída do Presidente da Intendência (Prefeito), Romualdo Galvão, que se transferiu para Natal e pela renúncia de Horácio de Azevedo Cunha. Matrimoniou-se com Cândida de Miranda Fontes Galvão, filha do casal anteriormente citado (Joaquim Fontes e Mafalda).

Petronilo Lopes Galvão foi aquele dos membros familiares pesquisados que encontrei menores informações a respeito. Foi suplente de intendente, no período de 1911 a 1913. Contraiu núpcias com Elvira do Couto Galvão, filha de Jeremias Soares do Couto e sua terceira esposa Belisária Alves do Couto, com descendência. Anteriormente, Jeremias era casado com Maria da Penha de Melo, tendo os filhos Antônio2, Luiz, Enéas, Francisca e Josefa. Depois, casou com Maria Gamelo de Oliveira, havendo os filhos Delmira e Alexandre. Da terceira união com Belisária, teve além de Elvira, Enéas, Virgília, Adélia3, Guiomar, Odília e João Capistrano do Couto, avô materno do conceituado jornalista Dorian Jorge Freire.

Entre 1928 a 1933, Petronilo Galvão, juntamente com a família passaram a residir em Macau, em virtude da incumbência de administrar a salina Trapiche Furado, pertencente ao seu cunhado, Antônio Soares do Couto (Totô Reis).

Notas Explicativas

1 - Antero Frederico era o filho primogênito do casal Francisco Xavier de Miranda Henriques Filho e Joana do Rego Bezerra. Depois do casamento passou a se chamar Joana de Miranda Henriques. O casal constituiu uma extensa prole de 18 filhos.

2 – Antônio Soares do Couto nasceu em 10 de fevereiro de 1866, na cidade de Mossoró. Industrial salineiro de larga projeção. Presidente da Intendência, no período de 1908 a 1910. Matrimoniado com a sua parente Justa Nogueira da Costa, filha de Joaquim Nogueira da Costa e Maria Idalina do Couto. Depois de casada passou a se chamar Justa Nogueira do Couto. O casal teve um filho adotivo, Francisco Nogueira do Couto, que fez época, em Natal, com o seu Cine Rex. Totó Reis como era carinhosamente conhecido faleceu em 27 de fevereiro de 1933.

3- Adélia Couto foi casada com Manoel Benício de Melo Filho. Benicio Filho era mossoroense e nasceu no dia 4 de outubro de 1886, sendo filho de Manoel Benício de Melo e de Maria Euricina da Cunha Melo.Concluiu o curso de Direito da Faculdade do Ceará, em 1910. Ocupou as várias funções públicas: 1918: Juiz de Distrital em Jardim do Seridó; 1919: Juiz de Direito da Comarca de Jardim do Seridó; 1926: Comissário de Chefe de Polícia do governo de José Augusto;1928: Promovido ao cargo de Desembargador; 1934: Procurador Geral do Estado; 1943: Eleito Presidente do Tribunal de Justiça; 1946: Eleito suplente do Tribunal Regional Eleitoral - TRE. Em 1949 aposentou-se das funções de magistrado. Faleceu em 16 de Janeiro de 1949. Informações extraídas do site:


Referências Bibliográficas:

ALBUQUERQUE, M. A. C. C. Moura e Raposo da Câmara no Rio Grande do Norte: ascendência & descendência: colônia, império, regência e república. Natal-RN Ed. do autor, 2012. 448 p.
BRITO, R. S. Legislativo e Executivo de Mossoró numa viagem mais que centenária. Mossoró-RN: Coleção Mossoroense, 1985. 247 p.
BRITO, R. S. Ruas e Patronos de Mossoró. Coleção Mossoroense. Volume II. Mossoró-RN, 2003. 263 p.
CÂMARA, A. M. R. Câmaras e Miranda-Henriques. Natal-RN. Departamento Estadual de Imprensa, 2006. 75 p.
CASCUDO, L. C. Notas e Documentos para a História de Mossoró. 5ª edição. Mossoró-RN: Coleção Mossoroense, 2010. 299 p.
ESCÓSSIA, L. Cronologias Mossoroenses. 2ª edição. Coleção Mossoroense. Mossoró-RN, 2010. 305 p.
FREIRE, D. J. Veredas do meu caminho. Mossoró-RN: Coleção Mossoroense, 2001. 208 p.
SILVA, R. N. Negociantes & Mercadores Mossoró e suas velhas firmas. Natal-RN: Sebo Vermelho, 2010. 40 p.
SILVA, R. N. Terra e Gente de Mossoró. 2ª edição. Rio de Janeiro-RJ: Editora Pongetti, 1967. 89 p.
SOUZA, F. F. História de Mossoró. 4ª edição. Mossoró-RN: Coleção Mossoroense, 2010. 284 p.

DADOS BIOGRÁFICOS
  
José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo (Mossoró-RN, 1976), filho de José Edilson de Albuquerque Guimarães e Deodina Silveira de Albuquerque Guimarães, graduado em Ciências Biológicas (UFRN) e Mestre em Geociências, pela mesma universidade, é servidor da Prefeitura Municipal de Mossoró. Iniciou suas atividades literárias, em 2012, na Revista Oeste, com a publicação do artigo Reminiscências: Alto da Conceição, um exemplo de fé cristã, em coautoria com Edimar Teixeira Diniz Filho. Em 2013, publicou, também, na Revista Oeste, outro artigo intitulado: Deoclides Vieira de Sá: um dos mais bem-sucedidos comerciantes mossoroenses. Em 2014, em parceria com o professor Doutor David de Medeiros Leite, publicou o livro: Mossoró e Tibau em versos: antologia poética (Ed. Sarau das Letras). No ano seguinte, publicou o livro: Nas trilhas de meu avô (Ed. Sarau das Letras).

Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário