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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

CANGAÇO - Cangaceirismo LAMPIÃO E OUTROS CANGACEIROS EM MANAÍRA - O CRUZEIRO DA LAGOA - PARTE IV


Em Alagoa Nova havia um Cruzeiro, pequeno monumento com uma cruz e uma janelinha. Em seu interior eram colocadas velas acesas, protegendo-as do vento, e também, “objetos de promessas” - próteses, réplicas de mão, braço, pé e cabeça –, tudo aquilo que simbolizasse uma cura naquela parte do corpo. Ele situava-se junto à Lagoa Velha, entre esta e a Lagoa Nova.

Lampião havia passado algumas vezes ao lado Cruzeiro, quando viajava utilizando esse caminho que incluía o Pau Ferro, passando pela lagoa, em direção ao Constantino, para chegar a outras localidades. O mesmo se dava no retorno. Em uma dessas passagens, fez uma promessa diante do Cruzeiro.

Em 1924, no final do mês de julho, Lampião envia seus cangaceiros, comandados por seu irmão Livino e por Chico Pereira, que também tinha um bando. Com eles foram alguns da região dos Patos de Princesa.

Sousa era uma cidade grande, e os roubos, maltratos à população e a suas autoridades, tiveram uma grande repercussão na Paraíba, motivando severas críticas a José Pereira, de Princesa, porque se comentava que ele protegia os cangaceiros. Revoltado com as críticas e com o propósito de provar que não estava de acordo com isso, José Pereira organiza as tropas policiais da região e um grupo de seus comandados para expulsar Lampião, que estava em terras de seu município.

O coronel envia uma mensagem, por Manoel Lopes, para o chefe dos bandoleiros, dando-lhe o prazo de 24 horas para desocupar o Saco dos Caçulas. Isso causou grande revolta no cangaceiro, contra o coronel.

Lampião lembrou-se do compromisso religioso feito no Cruzeiro de Alagoa Nova e não queria partir antes de pagar a promessa. Ele também tinha seus momentos de religiosidade e combinou a ida com o irmão, possivelmente o Antônio e o cangaceiro Tocha. Seguiu para São José, onde comunicou a Doca: “Tenho uma promessa pra pagá no cuzero de Lagoa Nova”. Dali seguiram com Doca. Os quatro passaram pelo arruado no final da tarde e foram até o Cruzeiro fazer suas orações. Após pagar a promessa, Lampião disse: “Vamo simbora”. Ele teria deixado dinheiro com alguém para pintar o cruzeiro. Voltaram à “boca da noite”, sem serem reconhecidos, deixaram Doca em São José e se transferiram do Saco dos Caçulas para o Alto do Pau Ferrado, onde tinham o apoio do fazendeiro Antônio Né, da família Marcelino.

CONTINUA...

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