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domingo, 20 de março de 2016

5 LIVROS PARA CONHECER O REI DO CANGAÇO

Maria Bonita, Lampião e seu bando. Foto: Benjamim Abrahão.

No último dia 28, alguns admiradores reviveram as tristes memórias da morte de Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, o Rei do Cangaço. Sendo o terceiro de nove filhos de José Ferreira da Silva e de Maria Lopes, Virgulino nasceu em Serra Talhada-PE no ano de 1898, e em sua infância já carregava a essência que mais tarde faria dele o Lampião do Cangaço.

Da almocrevaria  – condução de animais para o transporte de cargas – vinha o sustento da família. Os percursos eram bastante variáveis e foi a partir desse meio – usado desde a Idade Média – que o conhecimento das estradas do sertão se fundamentou tão bem e ajudou tanto a Lampião e o seu bando nas fugas.

Denominado paradoxalmente como herói ou bandido, Lampião e seu bando foram a representação concreta da realidade cruel do nordestino que vive oprimido pelos grandes latifundiários, mas que mesmo andando no fervor do chão quente, não perdia nunca a esperança de um mundo mais justo – como retratados pela obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas.

Tendo isso como construção do lado herói do ícone nordestino, as acusações de estupro, assassinato e extorsão constituem a denominação de bandido atribuída ao cangaceiro. Casado com Maria Gomes de Oliveira – mais conhecida como Maria Bonita e primeira mulher a participar do Cangaço-, Lampião teve sua vida interrompida aos 40 anos, em 1938, no município de Poço Redondo-SE.
Para saber um pouco mais da história do famoso Rei do Cangaço, nós pedimos ao cangaceirólogo Kiko Monteiro para recomendar alguns livros que ajudam no entendimento da vida de Lampião. Confira:

Lampião: sua morte passada a limpo (2011)


Neste livro, José Sabino Bassetti e Carlos César Megale pegam o candeeiro da informação e vão em busca de esclarecimentos que vão além da morte do Rei do Cangaço. Sem nenhuma intenção de agradar, eles mergulham fundo nos verdadeiros fatos que circundam, inclusive, as relações de Lampião e põem à mesa o que realmente aconteceu durante o percurso da vida de Virgulino no Cangaço.

Lampião, entre a espada e a lei – Considerações biográficas e análise crítica (2008)


Indo mais além do que uma mera biografia, nesse livro o autor  segue os caminhos percorridos por Lampião e seu bando na natureza política, social e  jurídica. Através de depoimentos e diversas fontes documentais, Sérgio Augusto de Souza Dantas traz a fiel história do cangaceiro nessas três vertentes e se desprende da bagagem descritiva comumente atribuída a Lampião.

 De Virgulino a Lampião (2001 – 1ª edição)

Capa da 2ª edição. Reprodução.

Trazendo uma proposta diferente dos livros mencionados anteriormente, Vera Ferreira – que, inclusive, é neta de Lampião – e Antônio Amaury se prendem mais à vida do cangaceiro em seu percurso transitório de Virgulino para Lampião. Ao contrário dos outros que se fortaleceram mais em relatos documentais, este passa por pessoas que puderam conhecer o Rei do Cangaço e tenta desmistificar a ideia sombria que circunda a imagem de Lampião.

Guerreiros do sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil (2011)


Neste livro, o autor Frederico Pernambucano de Mello se debruçou em diversas fontes documentais e depoimentos de pessoas para trazer como foco o cenário e as manifestações comportamentais da época do Cangaço. O livro traz temas que vão desde o condicionamento socioeconômico pelo ciclo do gado à posição de justificativa por parte do cangaceiro em usar a violência como acobertamento ético perante ele mesmo e à sociedade.

Lampião – O Rei dos Cangaceiros (1980) 


Tendo como recorte biográfico a atuação de Virgulino Ferreira como Lampião, Billy Jaynes Chandler faz desse livro uma especialidade em ordem cronológica quando se pretende apresentar a versão completa e real da história do líder cangaceiro, considerado por muitos um grande bandido.

http://bagaceiratalhada.com.br/5-livros-essenciais-para-conhecer-o-rei-do-cangaco/
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