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quinta-feira, 24 de março de 2016

A MORTE DE ABRAHÃO....O HOMEM QUE FILMOU LAMPIÃO..! ...


A MORTE DE ABRAHÃO O HOMEM QUE FILMOU LAMPIÃO..!

Revistas e jornais nacionais deram destaque ao material fotográfico conseguido pelo ex-secretário do padre Cícero Romão Batista, ressoando no exterior o corajoso projeto cinematográfico implementado nas caatingas com o grupo comandado pelo famoso bandoleiro. Lampião já havia sido enfocado em diversas matérias jornalísticas em jornais estrangeiros.

Houve contato entre uma empresa cinematográfica holywoodiana e o cineasta do Cangaço. Os norte-americanos ofereceram cerca de cinco milhões de dólares pelo filme, logo descartado por Benjamin Abraão. O objetivo do sírio-libanês era, talvez, conseguir quantia pelo menos cinco vezes, ou mais, superior à oferta feita pelo estúdio.

A perseguição do Estado-Novo de Vargas a Benjamin Abraão se concretizou quando da apreensão do filme, guardado em Recife, em casa pertencente à família Elihimas, conterrânea do cineasta, a qual havia migrado com ele quando da fuga do Oriente Médio, a fim de se livrar da convocação forçada para lutar ao lado dos ingleses na Primeira Guerra Mundial.

O Departamento de Imprensa e Propaganda, instituído pelo Varguismo a partir da fase que marcou o nacional-populismo em 1937, analisou a película cinematográfica, alertando o ditador sobre a situação desesperadora apresentada, alicerçada nos anos de rapinagem que marcaram o reinado de Lampião como chefe de Cangaço no sertão nordestino.

Ricamente adornados com ouro, prata e pedras preciosas, cangaceiros posaram sorridentes e descontraídos. Coiteiros poderosos apareciam no filme recebendo dinheiro de Lampião. Cachorros estavam com as coleiras enfeitadas com produtos de roubos. O filme mostrava a real dimensão do Cangaço comandado por Lampião.

A ordem de Vargas foi enfática, exigindo, a curto prazo, eliminação imediata de Lampião e seu estado-maior. Identificados seus protetores, as cadeias sertanejas foram povoadas com gente importante, antigos ´coronéis´ da Guarda Nacional que ainda desfrutavam de certo prestígio e garantiam parte do sucesso obtido na luta cangaceira em plena década de trinta do século passado, quando, em razão do início do advento da modernidade, o Cangaço já se tornara anacrônico.

Benjamin Abraão foi violentamente eliminado no ano de 1937, em Pau Ferro, Estado de Pernambuco, estraçalhado por inúmeras cutiladas de arma branca. Mandante e assassino nunca foram efetivamente identificados. O leque de desafetos conquistado pelo ousado sírio-libanês não autoriza apontar responsáveis concretos por sua trágica morte.

Lampião e seu estado-maior tiveram também pouco tempo de existência depois da tragédia que se abateu sobre o desditado cineasta. Em julho de 1938, uma volante alagoana, comandada pelo tenente João Bezerra, alcançou o acampamento montado pelo grupo na grota de Angicos, em Sergipe, eliminando onze cangaceiros, incluindo o chefe supremo e sua companheira, além de importantes membros da estrutura criminosa.

A ousadia e a trajetória de Benjamin Abraão, bem como o desespero de Lampião e seu bando quando dos desdobramentos verificados no ensejo da apreensão da película cinematográfica pelo DIP, ficaram personificados em verdadeira caçada promovida pelas forças repressoras, o que foi enfocado pelo filme pernambucano intitulado O Baile Perfumado, de Cláudio Assis e Lírio Ferreira.

Encontrado por acaso na década de cinquenta do século passado, nos arquivos da Fundação Getúlio Vargas, os quais incorporaram o acervo do DIP, poucos minutos do filme rodado por Benjamin Abraão foram recuperados, os quais descortinam momentos importantes do fantástico e sagaz esquema criminoso arquitetado pelo mais destacado entre todos os cangaceiros que palmilharam o solo nordestino.

Fonte: Jornaldiariodonordeste

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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