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sexta-feira, 3 de junho de 2016

CARIRI CANGAÇO DE FLORESTA

Por Junior Almeida

A cidade de Floresta no Sertão do Estado foi tomada por pessoas de 16 estados do Brasil, todos interessados em conhecer os locais onde se deram alguns fatos da sangrenta história do cangaço. Da quinta 26 e foi até o domingo 29, a comitiva do Cariri Cangaço, que tem à frente o seu curador Manoel Severo Barbosa, e mais escritores, pesquisadores, familiares de cangaceiros, coiteiros e volantes, e também curiosos do tema, tomou ruas de Floresta e também locais da zona rural de algumas ações cangaceiras

A abertura do evento aconteceu na noite do dia 26 no auditório da Câmara Municipal, com o lançamento do livro “As Cruzes do Cangaço”, dos florestanos Cristiano Ferraz e Marcos De Carmelita Carmelita, que prometem trazer muitos fatos novos e corrigir alguns equívocos da história do cangaço na região. O livro destaca de maneira especial o episódio da localidade Tapera dos Gilos, onde Lampião foi usado numa sórdida trama, e assassinou doze pessoas de uma mesma família e mais um soldado da volante de Mané Neto, sendo um dos capítulos mais tristes e covardes do Rei do Cangaço.

Na sexta feira 27 a comitiva seguiu para a lendária Nazaré do Pico, berço dos maiores guerreiros na luta contra Lampião e o cangaço. A comitiva foi recebida com banda de música e bacamarteiros, além do hospitaleiro povo da vila, tendo à frente “seu” Ulisses, filho do bravo Euclides Flor. De lá a comitiva foi à Fazenda Jenipapo e de Eloy Jurubeba, onde ficou um pouco mais perto da famosa Serra do Pico e em seguida para Fazenda Ema, onde os moradores receberam as pessoas do Cariri Cangaço de tal maneira, que emocionou a todos. No terreiro em frente à capela o batalhão de bacamarteiros deu seu show, fazendo explodir em alegria as suas barulhentas armas.

Ainda em Nazaré, logo depois do banquete servido aos convidados quem apareceu foi o forrozeiro Assisão, morador de Serra Talhada e sobrinho neto de Zé Saturnino. Assisão armou a bandinha e colocou todo mundo pra dançar, cantando antigos sucessos e a nova música de trabalho “Os Dois Doidos de Pedra”, um xaxado que fala da briga entre Lampião e o seu primeiro inimigo. Momento histórico na vila, pois além dos nazarenos e um Saturnino, estava também Lili Neli, filha de Moreno, o homem dos serviços pesados de Lampião, como disse Frederico Pernambucano de Melo. Cena inimaginável nos tempos do cangaço.

No sábado 28 o destino pela manhã foi a Fazenda Poço do Ferro, já no município de Ibimirim. Lá se ouviu uma palestra do bisneto de Ângelo da Gia, antigo proprietário das terras e coiteiro de Lampião. Em frente ao mourão que foi exposta a cabeça do cangaceiro, Washington da “Gia” explicou o que sabia pelos seus familiares sobre a morte de Antônio Ferreira, que foi vítima de um “sucesso”, numa brincadeira em uma rede com Luiz Pedro, onde um rifle disparou ferindo de morte o irmão do Rei do Cangaço. Foi visitado o local que está sepultado a cabeça de Esperança e depois o local do corpo, onde foi colocado uma nova cruz, numa iniciativa do GPEC, tendo à frente Jorge Remígio, Narciso Dias e Jair Tavares.

Depois do almoço na GRE Floresta, os pesquisadores foram até a Tapera dos Gilos, onde puderam conhecer de perto o cenário da maior barbárie praticada por Lampião e seus sequazes. Marcos de Carmelita e Cristiano Ferraz, os autores de “As Cruzes do Cangaço” deram as suas explicações do que apuraram em pesquisas no Sítio Tapera, tirando dúvidas de alguns pesquisadores.

No domingo 29, a instalação do Grupo Florestano de Estudos do Cangaço no hotel do evento, as muitas despedidas dos novos amigos e o agradecimento de todos os presentes aos organizadores do estupendo evento. Todos sem exceção ficaram maravilhados com a receptividade dos sertanejos, que se desdobraram para tão grandioso evento. Agora é esperar Piranhas.

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