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quarta-feira, 29 de junho de 2016

PAISAGEM DE POMBAL

Por Anísio Medeiros

Por que você meu Pombal
Se veste toda de seda
Deixando, pois, sem vereda
Seu filho assim com saudade?

Prá que imitar as cidades
Com essa Tal de evolução
Se eu trago Pombal antigo
Dentro do meu coração.

O Pombal da velha guarda
do bar Junqueira, pois não
De Pedro Estevão, tio Nane
João Espalha, Zé Romão.

Pombal, Severino Moça
Pombal, José Carisé
Maria Buxim e Raqué
João Terto e Serapião.

Pombal feira que ronca
Com a poeira do feijão
Da chegada de Bertoldo
Com seu comboio de carvão.

Pombal, Luiz Capuchu
com seu cabaré sombrio
Os matutos do navio
querendo agasaiá.

Pombal, Chica do Padre
Pombal, Jogo do bicho
Com Doutor do mestre Chico
buscado sem ter alarde.

Pombal, cachaça gostosa
Pombal, Severino rosa
Zezinho Santana na prosa
E Zé de Júlia imitar

Pombal, música e poesia
Pombal, Cromaço e Torquato.
Pombal, Morena do Mato
Acompanhando Rosário.

Pombal, velho vigário
O Padre Valeriano
Pombal, Antônio Toscano
Do mais antigo Cenário.

Pombal do Riacho do Bode
Do alto de Dona Neca
De Antônio de Benta , Bideca
E Bocage com seu bigode.

Pombal Zé Rufina
Com sua banca de brôa
Negociando à tôa
Ao lado de Josefina.

Pombal da catirinas
De Santa de Marculina
Zefa Piranha e Bilino
E Zé de Véi na canoa

Pombal Dozin na cabaça
Fugindo da arruaça
No rio cheio ele passa
Pro lado do Araçá.

Pombal de Cristiano
Que da feira leva a chave
Poeta curtidor de couro
Poeta que tem sua nave.

Só ele por mim poderia
Falar de perto à Pombal
Prá ninguém levar a mal
Esta minha opinião.

Essa tal de evolução
Acaba com o belo na vida
Pois a vida bem vivida
Foi Pombal meu sertão.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com




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