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domingo, 23 de outubro de 2016

COMO NÃO ACREDITAR EM DEUS?

Por Zé Ronaldo

É bonito olhar a natureza
Aquarela de Deus na criação
Ver o rio seguir na correnteza
E um pássaro almoçar de grão em grão
Uma cobra dar o bote na esperteza
O rebumbo do corisco com o trovão

João de Barros construir apartamentos
Engenheiro pequeno da natura
A formiga armazenar seu alimento
E o terreiro chover de tanajura
A cigarra ecoar o seu lamento
Uma coruja cantar na noite escura

Ver um galo cantar na capoeira
Acauã soltando o seu lamento
Uma rã e um caçote tão ligeira
E a hora cantada por um jumento
Um ratinho fugir da ratoeira
E as folhas perder seus pigmentos

Nuvens escuras carregadas lá no céu
Com os raios do sol é um espetáculo
Foi Deus que compôs com seu pincel
Presente para nós sem intervalo
Tudo grátis não pagamos aluguel
Pois o pai nos oferta com agrado

Eu só posso acreditar num Deus
Que no amor fez toda criação
Porém o homem tomado de cobiça
Trouxe a terra a cruel destruição
Veio a gula o rancor e a preguiça
Dizimando uma nova geração

Ele é bom em tudo que sempre faz
Onipotente onisciente e imutável
Desejou para este mundo só a paz
Repreende num tom sempre amável
Mais o ódio cresceu tão voraz
E homem ficou insaciável

Ainda nos dar o pão de cada dia
Preserva da vida as crianças
Eu não posso crer em heresias
Porque vejo sua obra de bonança
E a natureza nos prestigia
Com o vento na palha que balança

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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