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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

LAMPIÃO HERÓI DOS POBRES BANDIDO OU BANDIDO SANGUINÁRIO?

Por Sálvio Siqueira

O título acima é do Thiago Marçal

Não podemos retirar Lampião do Fenômeno Social Cangaço. Ele, o Fenômeno, tem que ser visto por inteiro. Só assim se consegue ter uma noção da amplitude, causas e motivos do seu surgimento, mais ainda por ter sido ‘gerado’, criado, nascido, dentro de outro fenômeno social.

Especificamente, a personagem inquerida pelo amigo, assim como tantas outras, foram vítimas de um sistema. Nesse sistema faltava-lhes comida, moradia, educação e, principalmente, o que seria e é, prioridade para o cidadão, “liberdade”, e que a Lei, assim como o condenava lhe protege-se. No entanto, tanto a respeito dela, a personagem, como em várias outras, a Lei os condenou quando preciso foi, e foi correta. Porém, jamais os protegeu, condenando seus agressores. O exercício das autoridades, da época, deixou muito a desejar. Mandava e era protegido quem posse possuía, quem nada possuía, nada valia, como nada valeram. E o ‘cabra’ tendo em suas raízes, a índole, basta um empurrão.

Dentre aqueles que sempre estiveram sob o jugo do maior, debaixo das suas ordens, chicotes e ameaças, surgiram alguns que não mais aceitaram serem subjugados. Sabiam eles que estavam totalmente errados, contrários a Lei. Mas, que Lei? Aquela que não os protegiam e sempre os condenava? Resolveram impor as suas, que eram à base de balas e pontas de punhais. Escolheram matar ou morrer pela espingarda em vez de darem o ‘lombo para ser chicoteado’, em vez de permanecerem de esmolas e humilhações daqueles que eram protegidos pelas autoridades e governantes.

Lampião de maneira alguma foi um herói. Não tinha meta social e política. Jamais conduziu uma bandeira revolucionária. Ele criou seu ‘mundo’, seu ‘comércio’ e, por fim, estabeleceu o seu nefando reinado, à custa de lágrimas, sofrimento, dores, sangue e ceifando muitas vidas.


O que nos leva a estudar essa personagem, assim como a História do tema, é o entrelaçamento que ela teve com a História do Brasil, dos fatos políticos históricos da Nação brasileira. Desde os ido do Império, acompanhando a passagem para a República, o Estado Novo, etc., e por aí andou, que a história do cangaço se interliga, faz parte, está entre e dentre, aos fatos nacionais.

Sobre aquelas personagens que tombaram na senda da guerra, nada podemos dizer, sobre sua reintegração, se assim ocorre-se, na sociedade. No entanto, que saibamos nenhuma daquelas que sobreviveram ao final do fenômeno voltaram ao crime, pois tiveram uma regeneração total. Não se sabe se alguma delas, pelo menos foge ao nosso conhecimento, ter voltado ao banditismo. Constituíram família e foram viver criando seus filhos e tomando conta das suas casas.

Vejo, e admiro até, os modos, a maneira, a astúcia de um ‘cabra’ do Pajeú daqueles, sem escola militar, ter exercido um exemplar sistema de guerra de movimentos, para alguns, uma guerrilha, e que deu muitas dores de cabeças aos comandantes militares de vários Estados nordestino. Assim como a arquitetura e formação de um sistema de colaboradores, em todas as camadas da sociedade, que dá inveja aos Chefões do crime organizado norte americano e europeu. Abraços.

Fonte: facebook
Página: Thiago Marçal
Grupo: Ofício das Espingardas
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