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sábado, 29 de abril de 2017

A CANGACEIRA QUITÉRIA

Por Noádia Costa


Após a entrada de Maria Bonita no Cangaço no final de 1930, mais de 40 mulheres passaram a fazer parte dos vários subgrupos de cangaceiros. Algumas dessas cangaceiras não são tão conhecidas, e não se tem muitas informações a respeito de suas trajetórias no Cangaço.

Uma cangaceira não muito conhecida é Quitéria. Ela foi descrita pelo pesquisador Amaury como alta e branca. Acrescento nessa descrição seus cabelos enrolados , seu rosto com traços delicados e sua postura elegante. Quitéria era uma bela moça.

Da esquerda para a direita: Português, Quitéria, Velocidade, Pedra Roxa e Barra do Aço.

Era natural da Bahia e prima das cangaceiras Aristéia e Sebastiana. Quando falamos dessa cangaceira, sempre existe a seguinte dúvida : foi companheira de Pedra Roxa ou de Português?

O pesquisador José Bezerra Lima Irmão esclarece esse dúvida no livro Lampião a Raposa das Caatingas. Tal cangaceira foi companheira dos dois cangaceiros citados. Quando entrou para o Cangaço era companheira do baiano Argemiro Rodrigues de Sousa, que no Cangaço era conhecido pela alcunha de Pedra Roxa.

Pedra Roxa participou dos subgrupos de Corisco, Moita Brava e Português, em que ficou juntamente com Quitéria . Não sabia ele que nesse subgrupo seria vítima de uma grande covardia. Português encantando com a beleza de Quitéria , tomou a companheira de Pedra Roxa, que desgostoso e após o desentendimento com seu chefe deixou tal subgrupo. Vale ressaltar que Português teve como primeira companheira Cristina, que foi assassinada após trai-lo com o cangaceiro Gitirana. Quitéria então passou a ser a segunda companheira de Português.

Em entrevista ao jornal Estadão, a cangaceira Aristéia fez as seguintes afirmações em relação a Quitéria: " Quitéria era o capeta e fazia intriga contra Cristina, mulher de Português". E afirma que Quitéria era danada por Português ". Através do depoimento de Aristéia podemos perceber um suposto interesse de tal cangaceira por Português.

O romance entre Quitéria e Português durou apenas 3 meses. No final de dezembro de 1938, eles se entregaram a polícia. Português foi assassinado na prisão em fevereiro de 1939 pelo jovem Pedro Aquino, o motivo do crime: vingança. Português matou o pai do jovem que se chamava JoséTomás em 1936. E os filhos juraram se vingar de tal cangaceiro.

O assassino de Português entrou na prisão com a conivência da polícia. E não houve punição para o mesmo , pois era menor de idade. Quanto a bela Quitéria, segundo o escritor Bismarck Martins, ela cumpriu sua pena e não se teve mais notícias de tal cangaceira após sua saída da prisão.

Bibliografias Consultadas:
ARAÚJO, Antônio Amauri Correia de, -Lampião: as mulheres e o cangaço - São Paulo: Traço, 1985
LIMA IRMÃO, José Bezerra, 1946-Lampião a Raposa das Caatingas. 3° ed. Salvador: JM Gráfica & Editora Ltda, 2015.
OLIVEIRA, Bismark Martins- Cangaceiros de Lampião de A a Z. 1° ed. Impresso Adilson
brasil.estadão. com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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