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terça-feira, 10 de outubro de 2017

SOU PARENTE DE CANGACEIRO, E DAÍ?

 Por Rangel Alves da Costa

Minha avó Emeliana era irmã - por parte de pai e de mãe, como se diz no sertão - de Manoel Marques da Silva, mais tarde apelidado como Zabelê no bando de Lampião. Manoel Marques o Zabelê, era filho de Antônio Marques da Silva e Maria Madalena de Santana, a Mãe Véia. Tio materno de meu pai Alcino Alves Costa era, pois, meu tio-avô. Rapazote ainda, quase na idade de menino, influenciado pelas andanças do bando do Capitão pela região de Poço Redondo, no sertão sergipano, eis que um dia decidiu seguir no rastro dos homens do sol, da lua e da catingueira. Abandonou a família para nunca mais retornar ao lar, ainda que muito andasse em séquito pela região e redondezas. Estava presente na Gruta do Angico quando Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram chacinados pela volante alagoana comandada pelo tenente João Bezerra, porém saiu ileso. Mas desse dia em diante ninguém mais teve notícia de seu paradeiro. 


Com o nome de pássaro, pois Zabelê é nome de bicho que voa, talvez tivesse voado para uma desconhecida distância. Durante muitos anos seus familiares entrecortaram regiões do país no seu encalço, em busca de seu paradeiro, mas sem jamais reencontrá-lo. Voou, Zabelê voou. Arribou para sempre e nunca mais retornou. Hoje é pássaro somente na história e na recordação. Deixou apenas um irmão e muitas irmãs, dentre as quais minhas tias Mariquinha, Osana, Cordélia, Mãezinha, Conceição e Rosinha, todas já falecidas. Seus parentes de hoje formam um Poço Redondo inteiro. Acima um retrato de algumas de suas irmãs, pela ordem: Mãezinha, Mariquinha, Emeliana (minha avó) e Cordélia.

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